Dois pedalinhos que ficam estacionados no lago do sítio de Atibaia (SP) trazem os nomes de dois netos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os brinquedos, em forma de cisne branco, têm capas pretas com os nomes de Pedro e Arthur, e apareceram em uma imagem aérea exibida na edição desta segunda-feira do “Jornal Nacional”.
Pedro é filho de Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, e tem hoje cinco anos. Já Arthur tem quatro anos e é filho de Sandro Luís. Ambos nasceram na Maternidade do Hospital São Luiz, em São Paulo.
Alvo da Lava-Jato por envolvimento em desvios na Petrobras, a construtora Odebrecht teria realizado obras de reforma no local, usado pelo ex-presidente e seus parentes. Lula admitiu que frequenta o sítio mas alega, porém, que o local pertence a “amigos da família”.
Amigo de Lula, o pecuarista preso na Lava-Jato José Carlos Bumlai teria pagado parte da reforma do sítio, segundo documentos apreendidos pela PF. Desde 2012, Lula e a família viajaram 111 vezes ao local. Logo após deixar a Presidência, Lula enviou seus pertences e de seus familiares ao sítio. Entre os itens transportados, havia 200 caixas – 37 delas com bebidas.
Os advogados do ex-presidente Lula e de sua mulher, Marisa Letícia, apresentaram por escrito as explicações sobre o tríplex no Guarujá e o sítio de Atibaia, na investigação movida pelo Ministério Público de São Paulo. Segundo eles, o sítio foi prospectado pelo sindicalista Jacó Bittar em 2010, que tinha a intenção de oferecer a Lula um local para que pudesse guardar os objetos que ganhou durante o período em que permaneceu na Presidência da República. Como ficou doente, Bittar teria dado o dinheiro para que seu filho, Fernando Bittar, fechasse o negócio. O valor, no entanto, teria sido insuficiente, o que levou Fernando a chamar Jonas Suassuna para entrar como sócio na propriedade.
Procurada pela reportagem do GLOBO, a assessoria do Instituto Lula afirmou que não vai se manifestar sobre os pedalinhos e que “o ex-presidente e dona Marisa frequentam o sítio, que é de propriedade de amigos da família”. (O Globo)