Um acordo nada convencional foi lançado no último sábado (18) deste mês entre o povo kadiwéu e prefeituras de Porto Murtinho e Bodoquena. A parceria é de natureza agropecuária e será desenvolvida dentro da terra indígena. Os prefeitos Nelson Cintra (PSDB) e Kazu Horii (PSDB), os representantes da Cooperativa dos Pecuaristas e Agricultores Indígenas Kadiwéu (Coopaik) e as lideranças da população originária firmaram o entendimento.
O encontro aconteceu na Aldeia Alves de Barros, que fica em Porto Murtinho. Com a instalação da Cooperativa e parceria com a comunidade, as terras indígenas serão utilizadas para a exploração, de forma legal, e a renda gerada será distribuída no local, além de ser utilizada para cursos de capacitação e formação de profissionais indígenas para que possam atuar no desenvolvimento da atividade.
CIDADANIA E RENDA
“Nós temos a terra e não temos o recurso. Com a parceria, poderemos achar investidores que nos ajudarão a iniciar a produção e com a prática traremos dignidade de vida, cidadania e geraremos renda para o povo Kadiwéu”, exultou o presidente da Copaik, Edelson Fernandes.
O prefeito Kazu Horii desejou sucesso na empreitada e assegurou que a produção vai responder aos anseios das diferentes partes envolvidas na parceria. Por sua vez, o prefeito Nelson Cintra disse estar feliz com o início do projeto, “que tem tudo para levar desenvolvimento ao município de Porto Murtinho e região”.
As comunidades kadiwéus – que incluem as aldeias Alves de Barros, Campina, Córrego D‘ Ouro, Barro Preto e Tomazia -, estão localizadas em Porto Murtinho, mas geograficamente ficam mais próximas do município de Bodoquena. As prefeituras, no entanto, têm trabalhado em conjunto pelo desenvolvimento local.