O deputado estadual Felipe Orro (PSDB) reforçou o coro de denúncias contra os desmandos da Energisa. Em abril deste ano, após denunciar e questionar os motivos pelos quais a concessionária não divulga os valores arrecadados com a Contribuição para o Custeio dos Serviços de Iluminação Pública (Cosip), o deputado apresentou um requerimento para cobrar explicações da empresa sobre a omissão.
“Os portais da Transparência estão aí, disponíveis para quem quiser saber o que é feito com os orçamentos, que são recursos desembolsados pelo povo. O contribuinte quer saber para onde vai o seu dinheiro”, argumenta Orro. No requerimento, ele pedia os números da arrecadação da Cosip nos meses de dezembro de 2018 e janeiro de 2019. Foram exatamente nesses meses que os consumidores denunciaram valores abusivos nas contas de luz, enquanto a empresa alegava ter havido variação em apenas 3% das casas.
Orro é autor da Lei 4.823/2016, que obriga a concessionária a disponibilizar os valores arrecadados com a Cosip, mês a mês, no site da empresa, para que todos os consumidores saibam quanto cada município recebeu com a contribuição. Em vigor desde 2016, Felipe alegou que a Energisa não facilita o acesso a sociedade aos dados e não faz a divulgação devidamente. O pior é que, além de não divulgar esses números, a Energisa continua faturando com a cobrança de um serviço que muita gente não tem, mas é obrigada a pagar caso não queira ter sua energia cortada. Uma extorsão.
ABAIXO-ASSINADO
Uma das frentes organizadas pela sociedade civil para combater os abusos da Energisa na capital é o Movimento ‘Energia Cara Não’, lançado pelo empresário Venício Leite no início do ano. A primeira ação foi correr um abaixo-assinado reivindicando providências contra as elevadas tarifas. A campanha, com apoio das redes sociais, alcançou os 79 municípios sul-mato-grossenses e chegou às autoridades e lideranças políticas em Brasília.
“Nós não pedimos nada de mais, apenas que os valores cobrados do kilowatt fossem revisados e se os consumos cobrados nos relógios eram condizentes com o uso das casas”, informa Leite. Ele lamenta que apesar do grande número de adesões ao abaixo-assinado as reclamações da sociedade não obtiveram a resposta desejada.