O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, subiu à tribuna do Senado, nesta quinta-feira (03/03), para fazer um apelo ao Congresso e à sociedade para que, juntos, encontrem um caminho que leve o Brasil a superar a pior recessão econômica e maior crise moral de sua história política. Após revelações da revista IstoÉ com base em delação premiada do senador Delcídio do Amaral, que acusou a presidente Dilma Rousseff de interferir no julgamento do escândalo da Petrobras junto ao Superior Tribunal de Justiça, Aécio voltou a pedir a presidente que reflita sobre a permanência dela no comando do país.
“Não consigo antecipar qual será o desfecho. Não sei se será por um ato de impeachment, pela cassação do mandato da chapa eleita, pelas gravíssimas denúncias ou até por um gesto de grandeza: será que não está no momento de a presidente da República renunciar ao mandato para que, a partir desse gesto, possamos iniciar uma grande concertação, e, a partir dela, a construção de uma agenda de retomada da confiança, dos investimentos e dos empregos para os brasileiros?”, afirmou o senador.
Aécio Neves destacou a importância do envolvimento da sociedade para que o Brasil supere a crise provocada pelo governo do PT e inicie um novo ciclo de crescimento e de geração de empregos.
“É preciso que os homens e as mulheres de bem deste país compreendam que precisamos buscar um caminho para que o Brasil vire, de forma definitiva, essa triste e dramática página da sua história política, para iniciarmos um novo tempo em que a esperança volte a habitar os lares brasileiros”, disse o senador Aécio Neves.
Delcídio do Amaral foi líder do governo no Senado e tinha livre trânsito ao gabinete presidencial até ser preso pela Polícia Federal em novembro passado, acusado de tentar obstruir a investigação da Lava Jato.
“As denúncias atribuídas hoje ao Senador Delcídio são as mais graves até aqui já compartilhadas com a sociedade brasileira, porque, dentre outras questões extremamente graves e chocantes, diz essa denúncia, que a presidente da República de forma consciente teria, com a indicação de ministro do STJ, induzido ou participado de um movimento para inibir ações da Operação Lava Jato”, destacou.
Nesta quinta-feira, os partidos de oposição anunciaram que solicitarão a inclusão das denúncias reveladas pela revista IstoÉ ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff que tramita na Câmara dos Deputados. A oposição também quer que as informações sejam compartilhadas com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na ação movida pelo PSDB que pode resultar na cassação da chapa Dilma/Temer por abuso de poder econômico nas eleições de 2014.