Após Mato Grosso do Sul ficar em 4º lugar no país no número de doações de órgãos no ano de 2017, a Santa Casa, única captadora do Estado, voltou a registrar queda nas doações, gerando preocupação nos profissionais da área. O número de famílias que passaram por entrevista e recusaram a doação dos órgãos dos seus entes aumentou de forma significativa no mês de março. Das três famílias entrevistadas para a doação de múltiplos órgãos na instituição, todas se recusaram.
O aumento vertiginoso da negativa foi também para a doação de tecidos, como as córneas. No mês de março a OPO (Organização de Procura de Órgãos) da Santa Casa foi acionada para entrevistar 14 famílias, destas apenas três autorizaram a doação do tecido e 11 famílias não doaram por motivos diversos. De acordo com a coordenadora da OPO, enfermeira Ana Paula Silva das Neves, o principal motivo das recusas foi o desconhecimento do desejo do potencial doador.
Nos três primeiros meses do ano, a OPO entrevistou um total de 32 famílias e, segundo os dados da Organização, apenas seis delas aceitaram doar as córneas. Já para a doação de órgãos dos pacientes diagnosticados com morte encefálica, 21 famílias foram entrevistadas, mas 11 não concordaram com a doação e dez doaram os órgãos dos seus entes. “Ressaltamos que a melhor maneira de se tornar um doador é avisando seus familiares, pois no momento que ocorre o óbito uma equipe especializada irá conversar com eles a fim de viabilizar a doação junto a família. É muito importante que eles saibam do desejo do ente querido”, explica.
Até o momento, o hospital registrou três transplantes de rins e córneas. Já em 2017 foram 17 transplantes de rins e córneas e 35 captações de órgãos que beneficiaram pacientes de Mato Grosso do Sul e de outros estados do país.