A Fiems alerta que Mato Grosso do Sul pode perder R$ 450 milhões em novos investimentos até 2029 com a proposta da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) de alterar as regras e passar a cobrar pela energia solar que o consumidor gera, impactando nos postos de trabalho e nos impostos associados ao setor, que deixarão de ser arrecadados.
A informação faz parte de um estudo do Senai Empresa com base em uma projeção da própria Aneel, que apontou uma redução de 43% ao ano nos investimentos em geração distribuída no Estado. Conforme o levantamento, atualmente, o Estado tem 3.100 usinas, ou seja, residências e empresas que já geram ou estão em processo de ligação.
A projeção era de que até 2029 Mato Grosso do Sul passasse a contar com 22.803 unidades, número que cairá para 12.986 unidades caso a proposta da Aneel passe a valer, ou seja, serão 9.817 unidades a menos em 10 anos, sendo que o custo médio para a implantação de sistemas fotovoltaicos em uma unidade é de R$ 45,8 mil, totalizando, dessa forma, uma perda de R$ 450 milhões em uma década.
Para o presidente da Fiems, Sérgio Longen, a notícia é motivo de tristeza e indignação por parte do setor empresarial sul-mato-grossense. “Nós não podemos estar sujeitos a alterações significativas que impactam nos investimentos que ainda serão feitos e também naqueles que já foram feitos. Então, a preocupação constante que a gente tem com o Brasil é a fragilidade das garantias dadas para quem vai investir em programas que são de extrema importância para o desenvolvimento do País”, afirmou.
Sérgio Longen acrescenta que já está em contato com a base parlamentar de Mato Grosso Sul para barrar essa proposta de taxação da energia solar. “Temos um apoio muito claro da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, contra essa ação da Aneel”, revelou.
O presidente da Fiems completa que o senador Nelsinho Trad, coordenador da bancada federal do Estado em Brasília (DF), lidera essa frente no Senado e vem se posicionando em defesa do Estado. “Assim como dos deputados federais Dagoberto Nogueira, Fabio Trad, Rose Modesto e Beto Pereira, que inclusive pediu a convocação do ministro de Minas e Energia para esclarecer esse assunto. É importante para a sociedade saber que nossos parlamentares estão alinhados”, reforçou.
Ainda conforme Sérgio Longen, a Assembleia Legislativa, por meio do presidente, deputado estadual Paulo Corrêa, e a Câmara de Vereadores de Campo Grande também estão demonstrando que a classe política do Estado e da Capital está empenhada em não deixar que essa proposta prejudique Mato Grosso do Sul.
Ele aconselha que aqueles que já fizeram investimentos ou estão em processo de instalação de placas fotovoltaicas devem se manter informados dos acontecimentos e procurar sua base política. “Precisa ir atrás de quem votou e cobrar esse parlamentar porque nós não podemos ficar sujeitos a regras elaboradas por meia dúzia de técnicos e que trazem prejuízos enormes para Mato Grosso do Sul”, finalizou.