Quando o calendário de 2017 começou a contar os dias do segundo semestre, espraiava-se em vários setores a notícia do terror para a economia de Mato Grosso do Sul: o governo estadual não conseguiria cumprir aquelas obrigações fundamentais do final de ano. Especulava-se que, por causa do agravamento da crise, o governador seria obrigado a parcelar e a retardar o repasse do dinheiro destinado aos salários e encargos junto ao funcionalismo.
Ora, se mais de 70 mil servidores têm dinheiro no bolso ao menos para as suas necessidades básicas (comer e vestir-se, principalmente), é certo que mesmo na crise o comércio, em alguns segmentos, consegue respirar melhor e ter seu capital de giro ou para as despesas inadiáveis, como energia, água, telefone e empregados. No entanto, se o comércio entra em dezembro sem o movimento habitual do período, um violento baque é sentido por comerciantes em suas atividades, um impacto econômico, e pelo povo, de um modo geral, um impacto social.
Ocorre que a gestão pública sul-mato-grossense, desde o primeiro exercício, em 2015, vem respondendo pontualmente à exigência dessas obrigações, pagando em dia os trabalhadores e até, em vários casos, conseguindo elevar minimamente algumas faixas de remuneração no conjunto do funcionalismo. E o hábito se mantém – “graças a Deus”, como devem estar dizendo, e com razão, os servidores públicos praticamente apanhados de agradável surpresa com as notícias da semana relativas ao seu bolso, ao seu Natal e à sua entrada no ano novo.
A crise não passou e nem está perto disso. Contudo, ela não foi mais forte e nem mais competente que o esforço e a capacidade do governo sul-mato-grossense para seguir honrando seus compromissos. O governador Reinaldo Azambuja confirmou – sem dar a isso um tom de grandiosidade, favor ou ato de heroísmo – que vai pagar tudo que é de direito ao servidor e dentro dos prazos regulamentares.
O cronograma de desembolso que começou na sexta-feira, 8, com a folha de novembro, prosseguirá no dia 14 com o repasse do 13º salário e no dia quatro de janeiro com a folha de dezembro. Em menos de 30 dias os cofres do Estado vão injetar R$ 1,5 bilhão na economia. E esse número é exclusivo ao pagamento dos servidores. Não entra aí o desembolso para os fornecedores essenciais, cujas contas vão compor mais um bom aporte de recursos para um período tão emblemático.
Com isso, desmoraliza-se a torcida de quem duvidava do acerto da política pública de finanças. O bloco do “quanto pior melhor” terá que absorver a agonia que anunciava para outrem. E dormir com o próprio barulho. Quem sabe, queimando a língua troquem o discurso e passem a compartilhar com todos os que desejam para si e para o próximo um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo. Todos merecem!
GERALDO SILVA