Além dos bens que já foram bloqueados, outras planilhas com movimentação financeira do grupo investigado na Lama Asfáltica podem indicar um cenário de desvios cujo ressarcimento giraria em torno de R$ 3,7 bilhões. Os cálculos são do Ministério Público Federal (MPF), ao analisar a rede de negócios criada para desviar recursos públicos no governo de André Puccinelli (2007-2014).
O bloqueio mais recente atingiu Puccinelli, João Baird, Antonio Celso Cortez e João Maurício Cance. Porém, há outros pedidos. Alguns foram indeferidos e estão relacionados a Elza Cristan Araújo dos Santos, suposta sócia de João Amorim; outros pedidos, como os de bloqueio a suposta sócia de João Amorim, André Luiz Cance, Micherd Jaffar Júnior, Gráfica Alvorada, André Puccinelli Júnior, Jodascil Lopes, João Paulo Calves, Ivanildo Cunha Miranda, Proteco Construções, Instituto Ícone de Ensino Jurídico, Força Nova Distribuidora de Bebidas e Berrantes Transportes (essas duas últimas de Ivanildo Miranda).
Na opinião da Justiça, os bloqueios de R$ 100 milhões de Cance e da esposa já seriam suficientes para possível ressarcimento de danos morais, assim como os bens já bloqueados dos demais réus listados. Além disso, planilhas encontradas no apartamento de Cance teriam demostrado supostos recebimentos de propina que já teriam gerado os bloqueios necessários em ações anteriores, também movidas pelo MPF. O juiz chama todos os fatos investigados pela Operação Lama Asfáltica de um “esquema criminoso altamente complexo e grandioso”. E ainda supõe que seja, “certamente, o maior esquema de desvio de verbas públicas da história de Mato Grosso do Sul”.