Conhecido pela especialidade em abocanhar os mais rentáveis contratos governamentais em serviços de informática e com seu nome lançado na prateleira dos alvos da Operação Lama Asfáltica, o megaempresário João Roberto Baird agora está entrando também no foco do Ministério Público Estadual (MPE) por suspeita de crime ambiental.
Em Ribas do Rio Pardo, a Promotoria de Justiça abriu investigação para apurar se danos a recursos hídricos da região foram causados pelas atividades de propriedades rurais que seriam do empresário. Giroto, segundo André Puccinelli, seu amigo e parceiro de negociatas, era alguém que poderia ter o apelido de “trator”, com o qual gostava de ser comparado para sugerir seu perfil de tocador de obras.
As fazendas Aurora/Santa Rita, Alto Mantena e Rainha da Paz estariam entre as propriedades responsáveis por interferências prejudiciais aos sistemas hídricos do Córrego Ribeirão Mantena e seus afluentes. O procedimento preparatório para essa investigação foi instaurado pelo promotor George Zarour Cezar. Moradores da região temem que a indiscriminada intervenção humana venha a afetar gravemente a vida e a dinâmica natural dos mananciais.
Réu da Lama Asfáltica, Baird arrastou para suas empresas milhões de reais em vários contratos celebrados com o governo do Estado e prefeituras, sobretudo na área de informática. Ele e o empreiteiro João Amorim foram apontados pela força-tarefa da Operação como os principais operadores empresariais do esquema que durante anos desviou dinheiro dos cofres públicos mediante fraudes e pagamento de propinas, conforme apontam as investigações.
Baird foi acusado pelo MPF (Ministério Público Federal) por evasão de divisas. Na última denúncia, o órgão denunciou que ele tinha no Paraguai R$ 6,5 milhões não declarados. Investigado na quinta fase da operação, a Computadores de Lama, João Baird chegou a ser preso em novembro de 2018, quando o MPF investigava o uso de “laranjas” nas remessas de dinheiro de Mato Grosso do Sul para o exterior. Graças a medidas cautelares, conseguiu deixar a prisão em dezembro daquele mesmo ano.