Uma ampla mesa-redonda na Santa Casa de Campo Grande reuniu interlocutores de diversos segmentos para debater e propor alternativas de solução aos problemas que envolvem os moradores de rua e aspectos de sua convivência com a população. Dados da Seleta apontam que cerca de 90% são usuários de drogas. Isso representaria 1.800 pessoas, um universo que cresce a cada dia, e que precisa de saídas que incluem ações humanitárias e de segurança pública, conforme o vereador Dr. Lívio (PSDB).
A Câmara Municipal, por meio do seu presidente, vereador João Rocha (PSDB), reiterou apoio a todas as mobilizações que forem articuladas para encontrar saídas, não para criminalizar o assunto, embora exija um tratamento em nível de segurança pública, mas que se consagre a perspectiva social. A mesma sociedade que dirige um olhar humano para a questão é a sociedade que também reclama segurança quando sofre agressões físicas ou ameaças ao saírem às ruas.
“Somos parceiros porque sofremos com as sequelas do vício das drogas: Furtos, assaltos com objetos perfurantes, armas e tudo isso gera medo a quem procura auxílio hospitalar. As pessoas saem do hospital com medo. Defendemos que uma comissão leve adiante as reivindicações”, disse o presidente da Santa Casa, Esacheu Nascimento.
O pastor Mílton Marques, do Ministério Pentecostal Tabernáculo da Glória, informou que na Clínica da Alma – iniciativa da igreja para acolher e dar tratamento espiritual aos dependentes químicos – estão internadas 269 pessoas de ambos os sexos. Há vários casos de recuperação registrados. “Trabalhamos com regras e com respeito. Ninguém nem senta na nossa marquise. Cada um move-se fazendo alguma coisa”, explicou.
Para o presidente do conselho de segurança da região central, Eliezer Melo Carvalho, o Jacaré, só a internação compulsória resolve. Ele pontua que não há vergonha para os usuários de drogas. “Eles usam em qualquer hora e qualquer lugar. Precisamos achar uma luz, uma solução, um lugar para internar estas pessoas”, disse. Conselheiro do Sindvarejo, Sebastião da Conceição disse que o Bairro Amambai está esquecido e quem acaba preso são os comerciantes e os moradores, não os usuários.