Um esquema de desvio de verbas públicas que drenou aproximadamente R$ 23 milhões da Prefeitura de Maracaju vinha sendo investigado pelas autoridades e teve um capítulo bombástico na manhã desta quarta-feira (22), com a Operação Dark Money (Dinheiro na Escuridão). Deflagrada pela Polícia Civil, a ação teve como alvo as casas do ex-prefeito, Maurílio Azambuja (MDB), e seu ex-secretário de Finanças, Planejamento e Administração, Lenilso Carvalho, que foi candidato do partido à sucessão no ano passado.
Com mandados de busca, prisão e apreensão, viaturas do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) foram às casas dos ex-agentes públicos. A polícia informou ter apurado que nos dois últimos anos da gestão de Maurílio (2017-2020) o esquema desviou mais de R$ 23 milhões dos cofres públicos. Ao todo, foram cumpridos seis mandados de prisão temporária, um deles em aberto porque o suspeito fugiu.
A operação também envolveu buscas no estado do Paraná. As ações policiais desta fase das investigações miram servidores públicos que atuaram no alto escalão do executivo municipal em 2019 e 2020. Além disso, há empresários e empresas com envolvimento no esquema.
Equipes do DRACCO, com o suporte técnico do LAB-LD – Laboratório de Lavagem De Dinheiro, unidade especializada do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado, constataram que foi criada uma conta bancária de fachada, diversa da oficial e não declarada aos órgãos de controle interno e externo do município, por onde foram promovidos mais de 150 (cento e cinquenta) repasses de verbas públicas em menos de 01 (um) ano.
Maurílio Azambuja comandava a prefeitura desde 2013. Na expectativa de continuar dando as cartas políticas e administrativas no município, lançou para sua sucessão o secretário de Administração e Fazenda, Lenilso Carvalho. Era o homem-forte da gestão. Controlava todas as movimentações financeiras, definia aplicação e composição dos orçamentos e dava sempre a palavra final sobre operações de compras e despesas.