“Prejuízos todo mundo está tendo: a dona de casa, o trabalhador, o empregador, o empresário, o industrial, os governos. Prejuízos a gente repõe; agora, a vida você não repõe. Por isso, todo o governo e toda nossa consciência estão a serviço da vida”.
Com esta declaração, dada durante uma entrevista à Rádio CBN quarta-feira, 1º, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) reafirmou o compromisso com os protocolos médicos e científicos na prevenção e no combate ao Covid-19, o novo coronavírus. Para ele, o isolamento social é a melhor e mais eficiente maneira, já comprovada, de deter a proliferação do vírus e também evitar um colapso no sistema público de saúde.
A entrevista aconteceu no dia em que a Secretaria de Educação, por orientação do governador, prorrogou a suspensão das aulas na rede estadual de ensino. Com cerca de 60 medidas já tomadas e outras prontas se houver necessidade, o governo presta o mais amplo suporte às populações dos 79 municípios para suportar diferentes impactos causados pela pandemia.
O Governo prevê um prejuízo mínimo e acumulado de até R$ 1,5 bilhão para os cofres públicos de Mato Grosso do Sul. Isso, no entanto, não repercute no pensamento e nas decisões do governador porque, segundo suas palavras, a prioridade maior é salvar vidas humanas. Por enquanto, os números indicam que os casos estão controlados no Estado, mas falta consciência para algumas pessoas.
O governador não descartou o risco de colapso do sistema de saúde. “Ontem mesmo eu vi uma movimentação muito maior de pessoas circulando. Isso é ruim, não tenha dúvida: o vírus vai circular mais e vai contaminar mais”. Azambuja reitera que o Governo do Estado está fazendo o dever de casa, contratando leitos na rede privada e ampliando a oferta na rede pública, além de fazer parceria com prefeituras para ampliar a capacidade de internação.
ENSINO
As aulas presenciais na Rede Estadual de Ensino seguirão suspensas até o dia três de maio. A medida alcança todas as 352 unidades escolares da rede espalhadas pelos 79 municípios. A decisão foi adotada com o objetivo de reduzir a aglomeração nas escolas a fim de controlar o avanço da Covid-19. Nas duas primeiras semanas de suspensão das atividades presenciais, iniciada dia 23 de março, as escolas passaram a adotar as Aulas Remotas Vinculantes, sistema que não paralisa o Calendário Escolar e mantém os estudantes com aulas virtuais.
Essa prática seguirá em toda a rede com orientações para gestores e demais profissionais responsáveis pelo envio dos conteúdos aos 210 mil alunos matriculados na Rede Estadual. A principal ferramenta utilizada pelas escolas no período é a Plataforma Protagonismo Digital, lançada pela SED em 2017, e que se tornou o principal instrumento para os professores e estudantes na criação das atividades virtuais. Com ela, a REE pode criar ambientes que simulam uma sala de aula on-line, receber feedback dos estudantes e monitorar as ações, mesmo à distância.
SISTEMA DE SAÚDE
Por meio da Secretaria Estadual de Saúde, o governo está ampliando a rede de leitos hospitalares em Campo Grande e também no interior, em parceria com as administrações municipais. Com isso, Mato Grosso do Sul terá 653 leitos hospitalares garantidos para os eventuais pacientes da Covid-19. Pela estrutura que está sendo montada, serão garantidos 138 novos leitos de UTI, 281 leitos clínicos e 48 semi-intensivos.
Dos 138 novos leitos de UTI, 81 estão em Campo Grande e os 57 restantes em cidades do interior. Os leitos clínicos serão 239 em Campo Grande e 42 em outras regiões do Estado. Os 48 semi-intensivos estão sendo disponibilizados no Hospital Regional de Campo Grande. O Estado entra com 50% dos valores a serem gastos com os novos leitos em Campo Grande, durante a vigência da epidemia (previsão é de quatro a seis meses). E todos os recursos gastos para a estrutura do Hospital Regional serão absorvidos integralmente pelo Estado.
“Estamos trabalhando para que tenhamos uma estrutura que possa absorver toda a demanda no auge da epidemia, que acreditamos que poderá ser no final do mês de abril e na primeira quinzena do mês de maio”, explica o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende.
“Hoje temos 515 leitos de UTI entre os públicos e privados. Vamos acrescentar os novos 138 leitos, o que vai perfazer 653 leitos. Afora isso, há iniciativa de outros municípios para colocar leitos de UTI ou semi-intensivos, cujo custeio deverá ser bancado pelo Estado”, ressalta o secretário.
MAIS INTERVENÇÕES
Além de antecipar os salários de março para o funcionalismo, o governo aplicou um acréscimo de R$ 60 no Vale Renda, que passou para R$ 240,00. Também suspendeu o vencimento de prestações dos contratos dos programas habitacionais. Criou o “MS Cultura Presente”, no valor de R$ 1,3 milhão, em que aproximadamente 700 produções artísticas, com vídeos feitos em casa, serão divulgadas em plataformas digitais e redes sociais da Fundação de Cultura e do Governo do Estado.
Entrou em vigor a barreira sanitária no Aeroporto Internacional de Campo Grande e foi baixada a resolução com os procedimentos para contratação durante a situação de emergência pela Covid-19, garantindo publicidade, transparência e melhor compra. Ao longo dos últimos dias dezenas de outras medidas estão em vigor, fazendo de Mato Grosso do Sul uma referência resolutiva em agilidade e criatividade para dotar pessoas físicas e jurídicas de meios seguros para atravessar a crise. Todas as secretarias governamentais atuam de maneira articulada e transversal.
Azambuja assegurou condições para que a população – especialmente famílias de baixa renda e em situação de vulnerabilidade – tenha condições de resistir aos efeitos da calamidade. Várias iniciativas se encaixam nesse contexto, como a isenção do pagamento de quem tem a tarifa social de água e dos cortes desse serviço e do gás natural por 90 dias, contratação de 207 leitos hospitalares, suspensão das aulas por 15 dias, instituição do teletrabalho para os servidores, implantação do controle sanitário em 13 pontos de divisas com outros estados brasileiros, fechamento de parques estaduais e centros esportivos e proibição das férias de bombeiros militares e dos servidores da saúde.