Manifestações populares em Campo Grande, interior de Mato Grosso do Sul e em todo o País vão marcar esta sexta-feira (10), Dia Nacional de Mobilização em Defesa dos Direitos, contra o desmonte da Previdência e pelo fim do trabalho escravo. O movimento nacional e local conta com a participação e apoio de sindicatos, federações de trabalhadores em diversas áreas e as centrais Força Sindical, CSB, CTB, CUT, NCST e UGT.
Uma das atividades programadas para Campo Grande será o “velório” da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em plena área central da cidade, na Rua 14 de Julho, no cruzamento com a Avenida Afonso Pena, a partir das 10 horas de sexta-feira (10). “Muitos direitos dos trabalhadores foram usurpados nesses últimos meses, de forma que não vimos outra forma de manifestar nossa indignação se não assim, sepultando a CLT que foi drasticamente modificada para favorecer o empresariado, em detrimento do trabalhador”, afirma José Lucas da Silva, presidente da Feintramag MS/MT e coordenador da Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB e membro do Comitê Estadual Contra as Reformas, formado por centrais, sindicatos e federações de trabalhadores de MS.
Estevão Rocha dos Santos, presidente do Seaac/MS e diretor da Força Sindical regional MS, informou que esse “Dia Nacional de Paralisação contra as anti-reformas do Temer” será marcado com diversas manifestações públicas em Campo Grande e interior do Estado. Na Capital, segundo ele, as atividades começam às 8h com a paralisação da Eletrosul, que faz parte do sistema Eletrobras e que está no pacote de privatizações de Temer; às 9h, ato em frente à Caixa Econômica Federal da Rua Barão do Rio Branco, contra a privatização dos bancos e às 10 horas, início do “velório” da CLT, até às 16 horas, “com panfletagem de esclarecimento à opinião pública sobre as ameaças do Governo contra os trabalhadores, com suas reformas e medidas que penalizam as famílias brasileiras”, explica Estevão Rocha.
Elvio Vargas, membro do Comitê, informa outras atividades previstas em Campo Grande: Manifestação do SISTA e ADUFMS na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. As ações, segundo ele, vão ocorrer a partir das 6h30 com panfletagem no Arco da Reitoria; 10h, com roda de capoeira no corredor central; 11h, com Performance do Alguimar, também no corredor central e às 16h todos descem para a Praça Ary Coelho, no centro da cidade, para as manifestações dos representantes dos trabalhadores. “Contamos com a presença de todos, sindicalistas e cidadãos comuns, trabalhadores, donas de casa, jovens, todos, enfim, pois de uma forma ou de outra, todos estão sendo prejudicados”, afirma Elvio Vargas.
NOVAS REGRAS
Essas manifestações ocorrerão um dia antes da entrada em vigor da Reforma Trabalhista, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Temer, sem o apoio da população, que será a maior prejudicada nesse processo. “A partir de sábado (11) as reformas entram em vigor em todo o país e isso será de um prejuízo muito grande para todas as classes de trabalhadores desse país”, afirma Antônio César Amaral Medina, coordenador administrativo do Sindjufe/MS (Sind. dos Servidores do Poder Judiciário Federal e Ministério Público da União).
“A reforma trabalhista precariza as relações de trabalho e dá poderes aos patrões para negociarem o que quiserem com seus empregados”, explica Medina. Ele adverte que virá daí o aumento da jornada de trabalho, a redução dos salários; o encolhimento do horário de almoço e o fim do 13º salário e das férias. “Será o caos para os trabalhadores”, afirma.