O vereador Professor João Rocha, presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, criticou, durante a sessão ordinária desta quinta-feira (07), a atitude do prefeito Alcides Bernal, que culpou a Casa pelo impasse causado por conta de seu projeto de reajuste dos servidores públicos municipais. Segundo o parlamentar, a Câmara priorizou o que o chefe do Executivo não fez: o diálogo com as categorias.
“Pelo período que estou nessa Casa, nunca vi uma negociação salarial tão confusa e conflitante. O prefeito proporcionou, juntamente com sua equipe, uma grande lambança, e jogou nesta Casa um projeto mal negociado, mal discutido e sem fundamentação. Ele se esconde, mais uma vez, na fumaça da incompetência e joga a culpa na Câmara, que não fez mais que o seu papel de intermediar uma situação que nem é nossa, mas nunca nos furtamos de atender a comunidade. Fizemos o que ele não fez”, discursou o presidente.
O projeto de reajuste foi rejeitado, por 26 votos contra 1, em sessão na última terça-feira. Conforme as categorias, não houve diálogo com o Executivo, que propôs reajuste escalonado de 9,57%, com parcelamento para maio e dezembro.
A sessão, aberta ainda pela manhã, foi suspensa e só chegou ao fim durante a noite -o prefeito Alcides Bernal não enviou novo projeto com as alterações solicitadas pelos servidores. Representantes de diversas categorias, como dentistas, engenheiros, enfermeiros, médicos, guardas e professores, fizeram uso da tribuna a criticaram o chefe do Executivo.
“Essa casa é a casa do povo, uma casa pública, onde as portas estão abertas. Estivemos conversando, recebemos todos os servidores, sindicatos constituídos, organizações. Entendemos que deveríamos manter a sessão suspensa por vontade e por necessidade de eles tentarem dialogar com o prefeito, pois ele não havia recebido alguns sindicatos. Estendemos o expediente para que o prefeito se dignasse a fazer um contato, uma ligação, e isso nunca foi feito”, continuou João Rocha, que concluiu: a cidade não é propriedade do prefeito.
“É nossa responsabilidade zelar pelo interesse de Campo Grande, para isso fomos eleitos. Se o prefeito não tem equipe, peça nossa ajuda, que nossos técnicos vão contribuir. É possível fazer, sim, e ele não quer fazer”, finalizou. (Assessoria)