Quase 50 dias após a homologação da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), Rodrigo Janot, procurador-geral da República, deu início à entrega dos pedidos de abertura de inquérito contra políticos implicados pelo parlamentar.
E, na noite desta terça, segundo a imprensa, Janot ofereceu denúncia contra Luiz Inácio Lula da Silva ao STF – se a denúncia for aceita, o ex-presidente viraria réu.
Como esses personagens têm foro privilegiado – são congressistas e ministros –, o Ministério Público precisa pedir ao Supremo Tribunal Federal autorização para investigá-los. Isso, porém, não significa que eles sejam considerados culpados, mas sim que Janot viu indícios de crimes e acredita ser necessário apurar melhor as acusações.
A lista de pedidos de investigação inclui a presidente Dilma Rousseff, os ministros petistas Edinho Silva (Comunicação Social) e José Eduardo Cardozo (Advocacia Geral da União), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o senador Aécio Neves (PSDB-MG), um dos principais líderes da oposição, o deputado Marco Maia (PT-RS) e o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Vital do Rego, que até pouco tempo era senador pelo PMDB.
Janot pediu ainda para incluir Lula e outros políticos e executivos no inquérito principal da Lava Jato. Sobre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e outros caciques peemedebistas, pediu que as citações fossem incluídas em inquéritos dos quais já são alvo.