Os apoiadores da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão mais confiantes diante do resultado da pesquisa efetuada pelo Ipec, que garante ao petista a eleição ainda no primeiro turno, se o pleito fosse realizado hoje.
Os eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos demais nomes colocados na lista de postulantes ao mais alto cargo da política nacional desacreditam a pesquisa, afirmando que há ainda “muita água para passar embaixo da ponte” até que a peleja seja dada por decidida.
OS RESULTADOS
Num primeiro cenário, com todos os nomes apontados no dia-a-dia da imprensa como potenciais pré-candidatos, Lula aparece em primeiro com 48% das intenções de voto, enquanto a soma dos votos dos demais candidatos chega a 38%, estando fora a soma de citações de candidatos que não atingiram 1% de intenção de votos.
Nesse cenário, com 12 nomes, o presidente Bolsonaro vem a seguir com 21%; seguido de Sergio Moro (Podemos), 6%; Ciro Gomes (PDT), 5%; André Janones (AVANTE), 2%; João Doria (PSDB), 2%; Cabo Daciolo (PMN-Brasil 35), 1%; e Simone Tebet (MDB), com 1%. Os pré-candidatos Alessandro Vieira (Cidadania); Felipe d’Ávila (NOVO); Leonardo Péricles (UP); e Rodrigo Pacheco (PSD) não atingiram 1%. Brancos e nulos somaram 9% e eleitores que disseram não saber ou preferiram não responder somaram 5%.
Num segundo cenário, no qual os eleitores pesquisados recebem o disco com os nomes dos cinco melhores colocados no primeiro cenário, Lula cresce um ponto percentual, obtendo a indicação de 49% dos eleitores, mesma situação de Bolsonaro, que atinge 22%. Sérgio Moro sobe dois pontos, atingindo 8%; Ciro Gomes mantém-se na casa dos 5%; e João Dória também cresce um ponto percentual, somando 3% das intenções de votos. Brancos e nulos somaram 9% e eleitores que não sabem ou não quiseram responder somam 3%.
Em ambos os cenários pesquisadores pelo Ipec, Lula estaria eleito sem necessidade de realização do segundo turno.
AMOSTRA DOS ENTREVISTADOS
Segundo o Ipec, as intenções de voto no ex-presidente Lula são mais expressivas entre os eleitores que avaliam a administração de Jair Bolsonaro como ruim ou péssima (68%); por aqueles que moram no Nordeste (63%); os que moram nas periferias das capitais (55%) e os católicos (54%).
Ainda conforme definição do Ipec, as intenções de voto em Lula são maiores quanto menor a renda familiar mensal e a escolaridade dos entrevistados. O ex-presidente tem 32% entre quem tem renda familiar mensal acima de 5 salários mínimos e atinge 57% entre quem tem renda familiar até 1 salário mínimo. Atinge 40% entre os com nível superior e chega a 55% entre quem tem o ensino fundamental.
O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, tem maiores intenções de voto entre os eleitores que avaliam sua administração como ótima ou boa (75%); entre os moradores da região Norte/Centro-Oeste (29%) e Sul (27%); junto aos evangélicos (33%), faixa em que aparece tecnicamente empatado com Lula.
O Ipec afirma que as menções ao atual presidente aumentam quanto maior a renda familiar mensal e escolaridade dos entrevistados. Passa de 14% entre quem tem renda até 1 salário mínimo e para 30% entre que tem renda acima de 5 salários. Tem ainda 18% das menções entre quem tem o ensino fundamental e atinge 25% entre os mais escolarizados.
Por sua vez, o ex-juiz federal Sergio Moro se destaca entre os eleitores que residem na região Sul (11%).
De acordo com o Ipec, os demais candidatos apresentam intenções de voto distribuídas de maneira homogênea nos segmentos analisados.
AVALIAÇÃO DO GOVERNO
Os entrevistadores do Ipec também perguntaram aos eleitores sobre qual avaliação faziam do Governo Bolsonaro.
Nesse quesito, o instituto levantou que 19% consideram o atual governo como bom ou ótimo; 25% o consideram regular; ruim ou péssimo atingiu a
marca de 55%, maior reprovação ao governo Bolsonaro até o momento. Os eleitores que não souberam ou preferiram não responder somam apenas 1%.
Para obter o resultado, os pesquisadores perguntaram aos entrevistados: “Na sua avaliação, o governo do presidente Jair Bolsonaro está sendo…”, com as opções: “ótimo”; “bom”; “regular”; “ruim”; “péssimo”.
Somados, os itens “ótimo” e “bom” correspondem ao percentual de aprovação da administração; enquanto os itens “ruim” e “péssimo”, ao de reprovação. Os números dos que classificam o governo como “regular” não são computados nem para aprovação, nem para rejeição.
FORMA DE GOVERNAR
Um dos aspectos pesquisados diz respeito à aprovação da maneira de governar do presidente. Nesse caso, a pergunta feita foi: “E o(a) senhor(a) aprova ou desaprova a maneira como o presidente Jair Bolsonaro está governando o Brasil?”.
Sobre este quesito, os resultados apontaram que 27% dos eleitores aprovam, enquanto 68% disseram não aprovar. Um contingente de 4% dos entrevistados preferiu não responder ou afirmou não ter opinião formada sobre o tema.
CONFIANÇA NO PRESIDENTE
Por fim, o Ipec quis saber também o grau de confiança no presidente Jair Bolsonaro. Os pesquisadores fizeram a pergunta: “E o(a) senhor(a) confia ou não confia no presidente Jair Bolsonaro?”.
Os percentuais foram: Confia: 27%; Não confia: 70%; Não sabe/não respondeu: 3%.
IPEC
Segundo o instituto que realizou a pesquisa, os dados da atual amostragem não podem ser comparados com pesquisas anteriores em virtude da mudança dos nomes testados.
O levantamento do Ipec foi feito de 9 a 13 de dezembro e ouviu 2.002 pessoas em 144 municípios brasileiros, computando uma margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.
O Ipec foi criado por executivos que atuavam no Ibope Inteligência após o seu encerramento. O novo instituto de pesquisa atua na área de consultoria e inteligência em pesquisas de mercado, opinião pública e política.
A pesquisa foi registrada no TSE, conforme determina a legislação eleitoral.