Quando a rota bioceânica estiver sendo percorrida pelos produtores brasileiros em busca do acesso ao Oceano Pacífico e a parceiros comerciais dos mercados estrangeiros, especialmente o asiático, não haverá necessidade de esperar que Mato Grosso do Sul se ajuste à nova realidade geoeconômica do País. O Estado se antecipou e já dispõe de bases conceituais, operacionais e estruturais para que esse corredor seja a complementação do processo de fomento e consolidação do potencial produtivo, com ênfase no agronegócio e nas suas diversas variações.
Se a exploração das atividades primárias e os consequentes impactos na indústria são atualmente os responsáveis pelo que o Brasil tem de melhor no seu desempenho nas balanças comerciais e de exportações, há que se reconhecer o empenho bem-sucedido do governo sul-mato-grossense na valorização, no incentivo e no fortalecimento das atividades produtivas com suas potencialidades naturais. De grandes empreendimentos ao fomento da agricultura familiar, uma das grandes prioridades do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), a contribuição regional ao desempenho vitorioso da economia nacional não tem precedentes.
FINANCIAMENTOS
Para fazer uma ideia do alcance deste cenário, basta conferir os dados sobre a atração de investimentos e o interesse despertado junto aos investidores. Em Mato Grosso do Sul, 100% dos recursos disponíveis no FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) para 2020 foram utilizados na implantação de novos empreendimentos rurais e empresariais. Um relatório do Banco do Brasil e demais instituições financeiras que operam o FCO informa que de janeiro ao início de dezembro foram realizadas 3.371 operações, sendo 1810 no FCO Rural e 1561 no FCO Empresarial, que utilizaram R$ 1,5 bilhão disponíveis para este ano.
Segundo Jaime Verruck, da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), somente no FCO Rural foram contratados financiamentos de R$ 1,069 bilhão. Trata-se de um valor superior à dotação orçamentária disponível para o segmento. O saldo a pagar, de cerca de R$ 200 milhões, já contratado, vai entrar no desembolso do FCO em 2021.
No FCO Empresarial foram R$ 425 milhões efetivamente contratados até início de dezembro. Verruck dizia que até à semana passada ainda havia R$ 97 milhões a contratar. “Esse valor ainda chegará a R$ 160 milhões, que também devem entrar para o FCO de 2021”, previa o secretário. Ele explicou que por mais um ano a ação do Governo do Estado junto ao setor produtivo e ao governo federal garantiu a devida contratação de 100% dos recursos disponíveis no Fundo, viabilizando novos empreendimentos e mais empregos. Em 2021, o Estado terá à disposição R$ 1,698 bilhão em recursos do FCO para o financiamento de novos empreendimentos rurais e empresariais.