Além das organizações de direita que apoiam o presidente Jair Bolsonaro, já empenhadas no ataque aos opositores, os movimentos sociais de esquerda convocaram uma manifestação para terça-feira (5). Um dos objetivos é cobrar a apuração do caso em que o nome do presidente é citado na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes.
Com o mote ‘Basta de Bolsonaro! Justiça por Marielle’, o ato principal será na Avenida Paulista, em São Paulo. A ideia dos organizadores é a de que os protestos sejam replicados em todo o país. As frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular reúnem entidades como MTST (Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto), o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e CUT (Central Única dos Trabalhadores).
“A denúncia é grave e tem que ser apurada até o fim. Se comprovada a relação direta de Bolsonaro ou de seus filhos com os assassinos de Marielle, ele perde as condições de seguir como presidente”, afirmou à reportagem Guilherme Boulos (PSOL).
REAÇÃO
O presidente Jair Bolsonaro criticou severamente a TV Globo por publicar uma matéria no Jornal Nacional envolvendo seu nome na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco. Em sua live, Bolsonaro declarou que estava em Brasília no dia 14 de março de 2018 e registrou presença em duas sessões na Câmara como deputado federal, o que também foi noticiado pela Globo.
“Seus patifes da TV Globo, seus canalhas. Não vai colar. Não tinha motivo para matar quem quer que fosse no Rio de Janeiro”, gritou o presidente no vídeo de 24 minutos, gravado na madrugada de quarta-feira na Arábia Saudita, durante viagem pela Ásia e Oriente Médio.
“A Rede Globo teve acesso ao processo, que corre em segredo de Justiça, e quem vazou isso para a televisão foi o senhor governador (do Rio de Janeiro, Wilson) Witzel”, que agiu pensando na disputa presidencial de 2022.
“O senhor só se elegeu governador porque ficou o tempo todo colado com o Flávio Bolsonaro, meu filho. E a primeira coisa que o senhor fez foi se tornar inimigo dele, para concorrer à presidência em 2022”. O governador, em uma mensagem no Twitter, criticou a manifestação “intempestiva” do presidente e afirmou que não compactua com vazamentos à imprensa.