Em curta, mas contundente manifestação na tribuna da Câmara Federal no dia 17 deste mês, o deputado Luiz Ovando (PSL/MS) atribuiu a interesses de grupos que estão no Ministério da Saúde o golpe fatal para a demissão do médico Marcelo Vilela da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande. Era véspera do feriadão da Semana Santa e mesmo assim, com um plenário às moscas, o parlamentar ocupou o microfone para defender os exames do Revalida, em um contexto que permitiu incluir a crise na saúde publica campo-grandense com o episódio da exoneração de Vilela.
Ovando não citou o nome do ministro Luiz Henrique Mandetta, mas nada faltou para fazer essa leitura ao atacar, em repetidas vezes, o Ministério da Saúde e grupos que atuam na Pasta. “A Santa Casa de Campo Grande mais uma vez é convocada para suprir a falha do atendimento primário das UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] e das unidades básicas de saúde. Lamentavelmente, o secretário foi execrado, publicamente, mesmo sendo uma pessoa qualificada, treinada, preparada, conhecedora profunda do SUS. E simplesmente por interesses outros foi colocado por uma forma pouco recomendável de respeito à categoria”, salientou.
Em seguida, Ovando enfatizou que havia interesses de grupos de assumirem a secretaria, sugerindo que o prefeito Marquinhos Trad (PSD) aceitou a ingerência. “Seria interessante que o prefeito fizesse incursões dentro dos postos para saber a satisfação de quem precisa de atendimento médico”, disparou. “A Santa Casa está sendo convocada agora, quando foi deixada de lado devido a interesses do Ministério da Saúde para que ali entrassem pessoas que comungassem com seu ponto-de-vista”, completou.