De celebrado personagem da política, queridinho de colunistas sociais e bajuladores profissionais, Edson Giroto, que tinha voado muito alto na política e nas posses financeiras e patrimoniais, desceu em igual proporção quando suas peraltices foram descobertas pela Polícia e forças-tarefa de combate à corrupção. Ele era o “Homem Número 1” de André Puccinelli, queria ser prefeito de Campo Grande com uma candidatura empurrada goela abaixo dos partidos da base “andrezista” e perdeu a disputa.
Mas o patrão que o sustentava não desanimou e fez dele deputado federal, com votação fabulosa. Licenciou-se da Câmara para reassumir a Secretaria de Infraestrutura e cuidar das obras do governo de Puccinelli – na verdade, segundo o Ministério Público, esse cuidado tinha muito mais a ver com os esquemas fraudulentos de desvio de verbas públicas em consórcio com empreiteiras e outras empresas ancoradas nos cofres públicos.
Giroto viu que a casa começava a cair quando Puccinelli não conseguiu fazer dele o prefeito. Ambos insistiram e tinham no esquema financeiro o suporte para crer que conseguiriam avançar. Não conseguiram. Além de Puccinelli perder as eleições que liderou (do Estado e da Capital), Giroto se viu excluído da importância que tinha na cena política, conquistada, evidentemente, com favores e benefícios bancados pelos cofres públicos à sua disposição.
ROTINA DE CADEIA
Preso três vezes na Operação Lama Asfáltica, já passou vários dias na cadeia e respondendo interpelações da Polícia. Na mais recente, este ano, perdeu a estribeira. Ao ser interpelado por uma jornalista – Mariana Rodrigues, do Midiamax – sobre as razões de sua detenção o ex-deputado e ex-secretário agrediu-a, empurrando vigorosamente o aparelho que ela segurava para ouvi-lo.
Em seguida, sempre sorridente, zombando de todos à sua volta, entrou na sede da Polícia Federal na condição que é: a de um investigado em denúncia pela prática de crimes de ladroagem de verba pública, de acordo com o MPE. A agressão de Giroto é reveladora de caráter, mas ao mesmo tempo demonstra que a Justiça e as instituições, de um modo geral, estão sendo desafiadas a provar sua autoridade enquanto acusados desse tamanho continuarem imunes.
Livre, leve e solto, Edson Giroto continua vivendo a boa vida de gastador, circula em carros de luxo, passeia e curte uma rotina de endinheirado inocente, como se não fosse quem é, uma das figuras mais investigadas e denunciadas pelas forças-tarefa que combatem a corrupção e os corruptos. Enquanto estiver livre, conforme indicam seu comportamento e a agressão à trabalhadora do Midiamax, Giroto continuará rindo da cara das pessoas de bem.