O DEM e o PSL aprovaram em convenções realizadas quarta-feira (6), em Brasília, a fusão entre as duas legendas para a criação de um novo partido político, com nome de União Brasil e o número 44 nas urnas. O novo partido nasce com a maior bancada da Câmara dos Deputados (83 cadeiras) e a quarta maior do Senado Federal (oito parlamentares), ficando atrás do MDB (15), PSD (11) e Podemos (9). O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pode migrar para o PSD, de Gilberto Kassab, para disputar a Presidência da República em 2022.
A ideia central do União Brasil é firmar-se como força alternativa para um novo desenho de organização política e partidária no Brasil. Um dos primeiros passos será buscar a habilitação como terceira via na sucessão presidencial de 2022, apagando a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula (PT). No PSL, a fusão foi aprovada por unanimidade. No DEM, o processo se deu por aclamação, com oposição de Onyx Lorenzoni (RS), ministro do Trabalho e da Previdência. Ele tenta empurrar o partido para apoiar a candidatura à reeleição de Bolsonaro.
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A união das duas siglas ainda precisa ser aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ‒ processo estimado em cerca de três meses pelos envolvidos nas negociações. A nova legenda precisa estar com toda a documentação em dia até abril do ano que vem para poder participar das próximas eleições. É a primeira vez em mais de 20 anos que a direita reúne em uma única sigla uma bancada tão robusta. A última vez que isso ocorreu foi com o próprio DEM (à época, chamado PFL), durante o segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), com 105 representantes.
A União Brasil também larga com quatro governadores: Mauro Carlesse (TO), Mauro Mendes (MT), Ronaldo Caiado (GO) e Marcos Rocha (RO) ‒ que
Juntas, as legendas somam 1,6 vez o montante destinado ao PT ‒ sigla com a segunda maior verba ‒ e quase o triplo do que recebe o MDB. O novo partido teria direito a 16,48% de toda a verba distribuída pelo fundo partidário. O valor do fundo eleitoral ainda não está definido, mas, considerando o montante distribuído entre as legendas nas últimas eleições municipais, o “PFL 2.0” teria direito a R$ 320.253.178,89 ‒ R$ 118,95 milhões a mais que o PT.