Durante o “Encontro Empresarial MS-Paraguai”, realizado nesta sexta-feira (18/03), no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande (MS), o presidente da Fiems, Sérgio Longen, reforçou que a integração com o país vizinho é uma alternativa para favorecer a sustentabilidade das empresas. “Temos a convicção de que a esperança da produção empresarial está naquele país. Cada vez mais buscamos salvar as empresas e defendemos que elas sobrevivam e consigam se manter a competitividade”, afirmou.
Sérgio Longen destacou o Programa Fomentar Fronteiras, criado para facilitar e fomentar a atividade econômica nos municípios da faixa de fronteira, vai conferir suporte à expansão de indústrias brasileiras no Paraguai. “Na prática, as empresas podem migrar parte da produção para o país vizinho usando a Lei de Maquila, ou seja, as empresas continuam instaladas em Mato Grosso do Sul, mas produzem com uma pauta fiscal diferenciada no Paraguai”, declarou.
O ministro de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai, Ramón Jiménez, detalhou os projetos de infraestrutura que facilitam a conexão logística entre Paraguai e Mato Grosso do Sul. “Nós temos o trecho que vai de Concepción até a foz do Rio Apa e que vai permitir a navegação nos 12 meses do ano. Além disso, a construção da rodovia que liga Carmelo Peralta, na fronteira com Mato Grosso do Sul, até a fronteira com a Argentina, e a construção de uma ponte ligando Vallemi, no Paraguai, a Porto Murtinho. As obras criam um corredor eficiente de trânsito de cargas para potencializar a capacidade logística para crescer mais rápido juntos”, pontuou.
Já o ministro de Indústria e Comércio do Paraguai, Gustavo Leite, disse que o Paraguai se tornou uma plataforma de negócios para a região, já que 62 novas empresas se estabeleceram no país nos últimos anos. “A China do Mercosul está no Paraguai, sendo que as importações chinesas demoram cerca de 60 dias, enquanto no nosso país 24 horas. Temos um governo amigo que deseja o progresso e não conhecemos melhor programa social do que o emprego digno para a população”, falou.
Compromisso
O secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, reforçou o compromisso do governo de agilizar a construção da ponte sobre o Rio Paraguai em Porto Murtinho. Ele destaca que o Estado está executando um importante projeto com foco no desenvolvimento econômico na região de fronteira. Para que a integração ocorra é preciso antes de tudo, resolver o problema de logística. “A posição do Paraguai é de substituir as importações chinesas e não disputar as empresas entre Brasil e Paraguai”, afirmou.
O deputado estadual e presidente da Comissão Permanente de Turismo, Indústria e Comércio da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa, reforçou o apoio da entidade na aproximação entre os países. “Todo instrumento legal para objetivar as obras e fazer essa integração cada vez mais forte a Assembleia sempre estará presente”, comentou.
Na avaliação da gerente do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fiems, Fernanda Barbeta, o evento serviu para levar mais informações sobre o Paraguai para os empresários do Estado. “Temos buscado, cada vez mais, estreitar as relações comerciais entre Mato Grosso do Sul e Paraguai. O país vizinho coloca à disposição diversos benefícios, como a Lei de Maquila e a Lei 60/90. Aqui no Estado temos, ainda, a possibilidade de usufruir dos benefícios do Programa Fomentar Fronteiras, o que tem feito despertar interesse dos empresários pelo país vizinho e para MS é uma ótima alternativa de sobrevivência das empresas neste momento de crise pelo qual passamos”, analisou.
Para o empresário Fabrício Lalucci, da Pais & Filhos, a proximidade e agilidade são atrativos para a produção no Paraguai. “O trânsito marítimo da China acaba demorando muito, então a gente tem que aproveitar essa oportunidade e estudar o máximo porque é viável, principalmente para nós que estamos em Mato Grosso do Sul”, pontuou. Já o empresário da Alimentos Dallas, Valdir José Zorzo, disse que a empresa é um dos maiores compradores de trigo do Paraguai. “A grande vantagem de se instalar no país vizinho seria a energia elétrica”, afirmou.
Serviço – As empresas que tenham interesse em se internacionalizar podem buscar mais informações no CIN da Fiems pelo telefone (67) 3389-9150. (Assessoria)