Quando esta matéria estava sendo editada, nesta terça-feira (7), o ex-governador Geraldo Alckmin não havia tomado ainda duas das decisões políticas que estão entre as mais importantes de sua vida pública: anunciar em qual partido assinará a ficha ao deixar o PSDB e declarar qual a disputa sucessória que terá sua presença entre os candidatos. Ele é um dos nomes mais fortes na sucessão paulista – lidera as pesquisas – e também cotado entre os prováveis vices da chapa do ex-presidente Lula (PT).
Antes mesmo de acabar com a novela e abrir o jogo sobre seu futuro, Alckmin já é um fator diferenciado no jogo da sucessão nacional. Ainda que esteja enfrentando dura oposição dos correligionários que não querem vê-lo na vice de Lula ou desejam tê-lo no confronto local para voltar ao governo do Estado, o ex-governador desfruta de uma enorme corrente de apoiadores que aprovam a composição com o petista.
CONDIÇÃO SINGULAR
Alckmin tem 23% das intenções de voto e o petista 19%. A pesquisa do Ipespe foi realizada de 29 de novembro a 1° de dezembro, com 1.000 entrevistados. As pessoas foram ouvidas por telefone. A margem de erro máxima é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. Em seguida, estão Guilherme Boulos (Psol), com 11%; o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, com 8%; o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), com 3%; e o ex-ministro Abraham Weintraub, que não pontua. São 37% os que votam em branco ou nulo.
CONVERSAS
De saída do PSDB, Alckmin mantém conversas com o ex-presidente Lula sobre uma possível chapa. O ex-governador se disse “honrado” com a possibilidade. Em reunião com centrais sindicais, Alckmin não descartou “hipótese federal”. Ele alimenta a especulação de integrar chapa com Lula, mas não deixou de trabalhar em sua candidatura para o governo de São Paulo. Uma das possibilidades discutidas para viabilizar uma chapa Lula-Alckmin seria Fernando Haddad desistir de concorrer ao governo de São Paulo para apoiar Márcio França (PSB).
A pesquisa Ipespe/Valor testou outros dois cenários. Um deles exclui Alckmin e Haddad, incluindo Márcio França. Nesse caso, Guilherme Boulos lidera com 23%, Márcio França tem 19%, Tarcísio de Freitas pontua 10% e Rodrigo Garcia, 5%. Outro cenário não contava com Alckmin e França. Neste caso, Haddad lidera com 27%, Guilherme Boulos e Tarcísio de Freitas tem 13%.