Após viajar pela história de Campo Grande nas obras de Paulo Coelho Machado, a Roda Acadêmica da ASL se volta às memórias de Mato Grosso do Sul por meio da obra literária do Prof. J. Barbosa Rodrigues. A segunda edição desta roda de leitura e conversas, criada pela Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, acontece na próxima quarta-feira (16), às 19h30 – sempre resgatando a obra de acadêmicos que figuram com destaque na história e cultura regionais.
“O objetivo é colocar em pauta os imortais da literatura que não estão mais entre nós, frente à relevância de seus registros”, explica Américo Calheiros, que conduzirá o encontro ao lado da colega acadêmica Ileides Muller e da recém-empossada Lenilde Ramos. Para Calheiros, “é a forma de divulgar obras emblemáticas e manter vivo o legado deixado por autores locais, já que boa parte da memória deste lugar deve-se a eles”, diz, lembrando que a entrada é franca.
O presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Henrique Alberto de Medeiros, considera a interação do público um diferencial neste projeto. “É um bate-papo descontraído sobre grandes momentos da literatura sul-mato-grossense e o Prof. J. Barbosa Rodrigues não poderia estar de fora, por sua imensa contribuição à leitura e à história do nosso estado”, ponderou, sobre o evento, que já faz parte do calendário oficial da ASL, realizado sempre na segunda quarta-feira do mês.
SOBRE O AUTOR
Além de professor, J. Barbosa Rodrigues foi escritor, historiador e empresário. Nascido em Minas Gerais há 103 anos, chegou a Campo Grande em 1943, trabalhando em escolas como a Joaquim Murtinho e a Nossa Senhora Auxiliadora. Foi zelador do Jornal do Comércio, onde escreveu artigo que impressionou o dono do veículo. Rapidamente, seus textos ganharam destaque e chamaram atenção do recém-inaugurado Correio do Estado. Dois anos depois, Barbosa Rodrigues comprava o jornal, até hoje administrado pela família.
Apaixonado pelas letras, gostava de escrever à mão e foi ativo integrante da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (Cadeira 13), que presidiu por dois mandatos. Levou a literatura para o jornal diário, surgindo assim o Suplemento Cultural, impresso aos sábados. J. Barbosa Rodrigues escreveu muito sobre a história do Estado e da Capital. Também dedicou dois livros à produção poética. Foram 10 obras, entre elas: ‘Palavras de um professor’ (1949), ‘Isto é Mato Grosso do Sul’ (1978) e ‘História de Campo Grande’ (1980).
“Escreveu sobre aquilo que não havia conteúdo. Buscava ser útil, tinha uma visão muito prática. Seus livros foram motivados por isso”, definiu o imortal Hildebrando Campestrini, patrono da cadeira 31 da ASL. À frente do Instituto Histórico e Geográfico do Estado (IHGMS), Hidelbrando o viu produzir livros históricos e ensinar o ofício de jornalista a muitos profissionais. Sua contribuição à educação e cultura estão personificadas na Fundação Barbosa Rodrigues, que criou em 1982. Faleceu aos 86 anos, em março de 2003.
A 2ª Roda Acadêmica da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL) tem entrada gratuita e acontece na quarta-feira (16), às 19h30, na sede da instituição, localizada na Rua 14 de Julho, 4653, Altos do São Francisco.