Valorizar o trabalho desenvolvido por mulheres na ciência e estimular meninas a seguir o mesmo caminho. Foi com esse objetivo que um grupo de estudantes do Campus Campo Grande do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) produziu o e-book ‘Heroínas Ocultas: as histórias nunca contadas da ciência’.
O livro, disponível gratuitamente no site da AEditora, conta a trajetória de 17 mulheres na área da computação por meio de textos e ilustrações produzidos pelas próprias estudantes. Para baixá-lo, basta efetuar a compra a custo zero.
O e-book foi produzido por 11 estudantes dos cursos técnicos em Informática e Eletrotécnica do Campus Campo Grande, sendo três bolsistas e oito colaboradoras.
Giovanna Franco, 18, ficou responsável por contar as histórias de Doroty, que teve um papel fundamental para a pesquisa espacial no tempo dela (pág. 23), e das “três marias” Mary (pág. 32), Marie (pág. 38) e a Maria Cecília (pág. 53), responsáveis por grandes descobertas na área da Matemática.
“Foi muito complicado encontrar referencial na internet porque essas mulheres foram ocultadas. Muitas pesquisas foram feitas em outros idiomas e tivemos que recorrer a redes sociais e parentes para conseguir encontrar os fragmentos das histórias dessas pesquisadoras”, relembra.
A autora destaca que ter participado deste projeto em 2020, no ápice da pandemia de Covid-19, deu sentido à vida.
“Há importância em contar essas histórias, é necessário ter representatividade, não só nesta área, mas em outras também. Esse trabalho somou bastante no desenvolvimento do meu senso crítico, na minha capacidade de ser mulher, de ser cidadã, e eu espero que ele toque as outras pessoas como me tocou”, pontua Giovanna.
Também responsável por produzir textos, a estudante Bianca Ribas, 17, ressalta que participar do projeto agregou conhecimento para a vida.
“O que mais me chamou a atenção foi o quanto as mulheres fizeram pelo mundo tecnológico e como foram fortes por continuar em suas profissões, mesmo sendo pouco valorizadas e desacreditadas”, comenta.
Bianca destaca ainda que o trabalho em grupo foi essencial para a construção de um livro harmônico. E conta que a produção dos textos tinha como foco fazer um material acessível a leitores de quaisquer idades.
“Nas pesquisas bibliográficas, procurei por diferentes aspectos da vida dessas mulheres, informações que poderiam agregar às histórias. Em seguida, produzi as narrativas e tentei adaptar ao máximo a linguagem para que as crianças pudessem ter uma maior compreensão sobre os textos”, explica.