Por R$ 605,3 milhões o Consórcio Way 306 – liderado pela Bandeirantes Engenharia com a TCL Tecnologia e Construções, Senpar, Torc Terraplanagem e GLP Brasil – comprou o direito de exploração da MS-306, em Mato grosso do Sul. Foi a primeira e vitoriosa participação do Estado em um certame concessionário de rodovia, que teve lugar na Bolsa de Valores de São Paulo e foi acompanhado pelo vice-governador e secretário de Infraestrutura, Murilo Zauith (DEM).
Os recursos vão para o Fundo de Desenvolvimento e Manutenção das Rodovias (Fundersul) e devem ser injetados em melhorias de outras estradas da malha rodoviária estadual. Dois consórcios participaram do leilão de concessão da MS-306. Via Brasil MS e Way 306. A outorga vencedora superou em cerca de 500% a oferta de R$ 100 milhões da Via Brasil.
O contrato de concessão da MS-306 tem estimativa de investimentos de aproximadamente R$ 1,7 bi no período de 30 anos. Segundo estudos, com a concessão deve ocorrer a redução do número de acidentes, geração de mais de dois mil empregos diretos e indiretos, diminuição do tempo de deslocamento e economia de R$ 4 milhões/ano em investimentos na manutenção da rodovia.
CONFIANÇA
A proposta superou as expectativas do Governo de Mato Grosso do Sul, que não previa valor de abono financeiro no projeto de concessão. “A outorga foi muito além das expectativas, não fazia parte da proposta econômica do projeto e isto só demonstra a confiança do mercado no Estado de Mato Grosso do Sul e no projeto”, comemorou o governador Reinaldo Azambuja.
Para o governador, o projeto mostrou credibilidade, confiança e segurança. “Mato Grosso do Sul está pronto para receber investidores que estejam interessados em outros projetos de rodovias que vamos apresentar”, completou. Murilo Zauith também demonstrou entusiasmo com o resultado. “Êxito total, visto que a proposta vencedora foi 500% maior da segunda concorrente”, disse, completando que o Estado trabalha em projetos de concessões de mais nove rodovias estaduais.
OUTROS PROJETOS
“Nós temos um escritório, que trabalha tanto com concessão como Parcerias Público-Privada, que está trabalhando em estudos para definir a modelagem de outros projetos para outras rodovias”, disse Gabriela Rodrigues, coordenadora da área jurídica do Escritório de Parcerias Estratégicas, da Secretaria de Governo e Gestão Estratégica.
Segundo Giovanni Mott, diretor de novos negócios da Bandeirantes, e Danilo Marcondes, diretor de investimentos em Infraestrutura da GLP Brasil, a proposta vencedora foi bem acima da segunda concorrente. Os executivos afirmaram que apesar desta diferença, os estudos realizados pelo consórcio levaram em consideração três principais variáveis: tráfego, Opex e Capex (investimentos).
“Os números estão bem calibrados. É uma rodovia muito interessante porque é basicamente uma rota de passagem pros grãos e se encaixa muito bem na nossa tese de investimento, que é de investir em ativos que tem disposição ao agronegócio brasileiro e que também é uma rodovia muito importante para a região porque integra três cidades de Mato Grosso do Sul, Chapadão do Sul, Cassilândia e Costa Rica”.
A rodovia também é polo de integração comercial entre os estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Goiás e Minas Gerais, sendo rota de escoamento de produção de açúcar, álcool, algodão, soja e milho. O contrato entre o consórcio e o Estado deve acontecer em até 90 dias, com pagamento de 19% do valor da proposta de R$ 605.306.000,00 de outorga. As obras na rodovia têm previsão de início em meados de 2020, e as praças de pedágio no período de um ano após início dos investimentos.