Mato Grosso do Sul é um dos estados brasileiros que sedia o Enani (Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil), com o objetivo de obter dados inéditos sobre o crescimento e o desenvolvimento infantil para compor um retrato da nutrição infantil no Brasil. A proposta é obter subsídios para a elaboração de políticas públicas na área de saúde e nutrição.
Para tanto, desde abril estão sendo realizadas visitas em 540 domicílios nas cidades de Campo Grande, Corumbá, Dourados, Nova Andradina e Três Lagoas para coletar informações detalhadas sobre hábitos alimentares, peso e altura de crianças de até cinco anos. Também estão sendo coletadas amostras de sangue nos participantes com mais de seis meses de vida. As visitas domiciliares serão realizadas até o fim de maio.
Os exames de sangue possibilitarão o mapeamento sanguíneo de 14 micronutrientes, como os minerais zinco e selênio, e vitaminas do complexo B, além de investigadas informações sobre amamentação, doação de leite humano, consumo de suplementos de vitaminas e minerais, habilidades culinárias, ambiente alimentar e condições sociais da família.
APOIO
O Enani está sendo realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob encomenda do Ministério da Saúde. O governo estadual, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), tem prestado total apoio à iniciativa, aprovada CIB – Comissão Intergestores Bipartite, que conta com a participação de secretários municipais de saúde de todos os municípios do Estado.
Para o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, a iniciativa do Ministério da Saúde é altamente louvável. “Esse estudo irá municiar a nós, gestores da saúde pública tanto em âmbito federal quanto estadual e municipal, de informações que possibilitarão saber se a desnutrição no Brasil, em cada Estado ou nos principais municípios, está diminuindo como um problema epidemiológico. A prevenção da obesidade é outra medida que o levantamento poderá indicar”.
Segundo o coordenador do Enani em Mato Grosso do Sul, João Paulo Santos Azambuja, o estudo vem obtendo boa aceitação nos municípios, uma vez que os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) preparam o campo de trabalho para os pesquisadores. Ele explica que as residências visitadas pelo método de amostragem estão situadas em bairros previamente determinados com base nos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Até semana passada, cerca de 220 crianças foram pesquisadas pela equipe sul-mato-grossense. A previsão para o Estado é de abranger 590 crianças nos municípios de Campo Grande (390), Corumbá (50), Dourados (50), Nova Andradina (50) e Três Lagoas (50).
“É importante o apoio dos municípios e do Estado, para que não haja rejeição das famílias visitadas, pois somente podemos colher os dados antropométricos e coletar sangue com a autorização dos pais ou responsáveis. Mas até o momento não estamos tendo problemas, e o trabalho de campo está fluindo normalmente”, salienta o coordenador.
METODOLOGIA
Todas as etapas são realizadas por pesquisadores identificados com camisas e crachás contendo o nome e a fotografia do entrevistador, além do logotipo do Ministério da Saúde. Os dados informados são sigilosos e, em hipótese alguma, os nomes das crianças ou dos seus responsáveis serão identificados.
A participação dos indivíduos é voluntária. No início da pesquisa, o entrevistador explica todos os procedimentos e entrega aos participantes um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Esse documento informa sobre todos os detalhes do estudo e orienta como o selecionado pode entrar em contato com a central do estudo para tirar quaisquer dúvidas que surjam, incluindo a opção gratuita de ligar para o número 0800 808 0990. A realização da pesquisa segue rigorosa metodologia científica e foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFRJ.