A busca e a apreensão feitas pela Polícia Federal na sexta-feira (20), no imóvel do presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja), Antonio Galvan, em Sinop, Mato Grosso, intensificou dentre as lideranças do agronegócio o debate sobre a necessidade de se posicionar em relação à crise institucional no Brasil. Galvan é bolsonarista declarado e levou a Aprosoja a realizar uma assembleia em agosto, na qual manifestou apoio às manifestações de 7 de setembro.
No entanto, sua posição gerou críticas de outras lideranças, como o ex-presidente da Aprosoja Blairo Maggi. “É muito radicalismo para o meu gosto”, disse Blairo à CNN. Ele e outras lideranças do setor têm criticado o posicionamento de Galvan, mas ainda há receio de se posicionarem com maior ênfase porque as entidades associativas temem desagradar as bases, que apoiam Bolsonaro.
O empresário Mário Gazin, fundador da rede de varejo Gazin, se ofereceu para custear a viagem de quem se manifestar a favor do presidente Jair Bolsonaro no dia 7 de setembro, em Brasília. A manifestação na capital federal tem uma pauta antidemocrática, inclusive em defesa da destituição de integrantes do Judiciário e do Legislativo. Em um vídeo, Gazin menciona o compromisso de bancar uma viagem que começaria em frente à sede da empresa, na cidade de Douradina.
Ferrenho defensor de Bolsonaro, o milionário viu sua empresa faturar mais de R$ 4 bilhões no ano passado. Nas eleições de 2018, Gazin apareceu em fotos ao lado de Luciano Hang, dono da Havan, que é investigado pelo Supremo Tribunal Federal por supostamente financiar atos antidemocráticos.