O uso de tecnologia conectada e inteligência artificial está modificando a passos largos a forma de se produzir alimentos no Brasil. Na SLC Agrícola, o investimento da empresa em inovação permitiu levar para o campo ferramentas capazes de monitorar atividades em tempo real e inclusive de predizer o futuro.
O coordenador de Agricultura Digital da companhia, Ronei Sana, conta que, atualmente, a SLC Agrícola utiliza tecnologias avançadas para correção de problemas, otimização de recursos, aplicação localizada de insumos, além de mapeamento das culturas por meio de drones, imagens de satélite e mapas de produtividade de colheitadeiras. “Temos cinco fazendas com máquinas conectadas. Nos próximos dois anos, todas terão equipamentos fornecendo dados em tempo real”, projeta o dirigente.
Outra evolução é o sistema “Strider”, plataforma de monitoramento que permite criar mapas de níveis de infestação de pragas e doenças. Esses mapas possibilitam o envio de recomendações agronômicas diretamente para o pulverizador na lavoura para que a máquina leia os dados e aplique o produto apenas onde há necessidade. A ferramenta já está sendo aplicada nas 16 unidades da companhia, totalizando em torno de 457 mil hectares monitorados. A estimativa é de redução de 10% no volume total de defensivos agrícolas, podendo chegar a 90% no caso do controle de ervas daninhas na fase de pós-colheita, utilizando sensores de vegetação.
Nos sistemas de gestão interna, atualmente 80 algoritmos estão sendo abastecidos com históricos de pesquisa e produção com informações para que seja possível mapear a melhor variedade de soja, algodão e milho num determinado tipo de solo, por exemplo. “O futuro está na internet das coisas. Além da redução de custo e aumento de produtividade, o que implementamos também busca diminuir o impacto ambiental”, defende Sana, acrescentando que todas as soluções são testadas e constantemente evoluídas.
Tanta tecnologia, no entanto, demanda qualificação profissional, pois o trabalhador rural deixa de ser apenas um operador e se torna responsável pelo uso de uma nova tecnologia. Por este motivo, a empresa este ano iniciou treinamentos com realidade virtual e equipou as fazendas com espaços específicos para esta finalidade. De acordo com Sana, os benefícios aparecem naturalmente. “Verificamos que o engajamento com o trabalho e com os valores da empresa estão maiores desde que implantamos estas ferramentas. Podemos estimar 8 mil horas de capacitação por ano em Agricultura Digital, é uma forma de incluir digitalmente nossos colaboradores”, ressalta.
Para 2020, há mais novidades a caminho. Estão em fase de teste sete soluções desenvolvidas a partir de desafios do programa AgroExponencial, feitos por meio do relacionamento com startups tanto do Brasil, quanto de países como Argentina e Israel. Sana avalia que a gestão de clima será um dos focos de atenção e com potencial de crescimento.