Se as eleições fossem hoje e Mato Grosso do Sul decidisse o páreo na disputa presidencial, Jair Bolsonaro estaria eleito com ampla diferença sobre Fernando Haddad. O favoritismo é tão maiúsculo que os resultados do primeiro turno, influenciados pela maciça adesão dos eleitores aos candidatos do PSL ou identificados como aliados de Bolsonaro, não deixaram dúvida alguma sobre a força avassaladora dessa onda que tomou conta do País.
O apelo é tão efetivo e irresistível que as duas coligações na disputa do segundo turno da sucessão estadual querem Bolsonaro como seu cabo eleitoral. O presidenciável já gravou um vídeo ao lado da deputada federal reeleita Tereza Cristina (DEM), uma de suas aliadas, saudando o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e ressaltando ainda a convivência que começaram a cultivar quando foram colegas de assento na Câmara dos Deputados. Nem foi preciso ao presidenciável mencionar que o seu partido, o PSL, faz parte da coligação de Azambuja.
No entanto, o apoio de Bolsonaro a Azambuja é questionado pelo juiz Odilon de Oliveira, candidato do PDT. Porém, a contestação se esvazia diante do arco de alianças que o pedetista construiu no segundo turno, buscando o respaldo de forças dirigentes e lideranças do MDB. E apesar de declarar-se num discurso que insinua proximidade com o presidenciável do PSL, o juiz não consegue desvencilhar-se da associação entre o seu partido e os governos petistas de Lula e Dilma Rousseff, inclusive com o controle de um ministério (Trabalho e Emprego) e outros cargos de escalão superior.
PARTIDOS UNIDOS
Para sacramentar a nota final da polêmica, a direção estadual do PSL veio a público reiterar o apoio à coligação da qual o partido é um dos integrantes. Na última terça-feira, 16, o presidente da Executiva, Rodolfo Nogueira, e o deputado estadual eleito, Coronel David, comunicaram oficialmente que o governador Reinaldo Azambuja é o candidato da legenda.
“Ele foi o único candidato que mostrou-se do lado de Bolsonaro desde o primeiro turno. Nunca se deixou levar pelas ideologias partidárias, sempre falou do nosso candidato e, mediante a nossa coligação no primeiro turno, nós vamos continuar com ele”, proclamou Nogueira. O dirigente ainda rebateu a posição de políticos que se decidem pela neutralidade. “Homem tem que ter lado. Quem gosta de muro é gato e caco de vidro, nosso lado é estar junto com o governador”, disse, acrescentando que respeita o direito de escolha de cada um.