No interior de Mato Grosso do Sul, o eleitorado terá todo tipo de candidaturas para governar os municípios. Para fazer a escolha, vai decidir entre prefeitos que buscam a reeleição, ex-prefeitos que querem reassumir o poder e novatos tentando estrear com a caneta da chefia do Executivo. Quatro destas cidades (Dourados, Corumbá, Três Lagoas e Sidrolândia) vivem situações curiosas com a hipótese de confronto entre pessoas que preenchem esses perfis.
Em Dourados, só políticos que nunca comandaram o município se apresentam no tabuleiro sucessório. Em primeiro mandato, a prefeita Délia Razuk, eleita pelo PR e agora sem partido, ainda não decidiu se vai tentar mais quatro anos. Abalada por episódios que desgastaram a sua gestão, ela tem fortes adversários na concorrência, entre os quais os deputados estaduais Marçal Filho (PSDB), que lidera as pesquisas já divulgadas, José Carlos, o Barbosinha (DEM), e Renato Câmara (MDB), além de Rodolfo Nogueira (PSL) e um nome do PT.
Os petistas ainda não sabem quem escolherão, mas já têm as opções à mesa. São eles o vereador Elias Ishi; o ex-deputado estadual João Grandão; o ex-reitor da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Damião Duque de Farias; e o presidente do diretório, João Carlos de Souza. Os ex-prefeitos Murilo Zauith (DEM) e Laerte Tetila já avisaram que não pretendem entrar na disputa. Zauith é vice-governador e secretário estadual de Infraestrutura. Outro secretário estadual, o de Saúde, Geraldo Resende, continua acalentando o sonho de ser prefeito, mas será difícil candidatar-se este ano porque os tucanos já estão fechados com Marçal Filho.
Em Corumbá, o prefeito Marcelo Iunes (PSDB) pode enfrentar nas urnas o ex-prefeito Paulo Duarte, considerado pelo ex-governador André Puccinelli como um dos trunfos do MDB nas eleições municipais deste ano. Aparentemente, estariam fora desta disputa a deputada tucana Bia Cavassa (viúva do prefeito Ruiter Cunha) e o deputado estadual Evander Vendramini (PP), ambos por causa de compromisso com o PSDB e o governador, além do vereador emedebista Rafael de Oliveira, o mais votado de 2016, já que, por preferência de intenções de voto, Paulo Duarte é a primeira opção do partido.
Em outubro do ano passado, porém, um levantamento do Ipems apontou Iunes na liderança das intenções de voto. Na pesquisa estimulada, ele apareceu com 33,9%, seguido de Bia Cavassa (17,57%) e Paulo Duarte (16,77). Rafael teve 9,82% das citações, Delcídio Amaral (PTB) 9,41% e Elano Almeida (PSL) 6,33%. O Ipems ouviu 420 eleitores entre 14 e 15 de outubro.
Em Três Lagoas, a previsão é que ao menos cinco partidos devem lançar chapas majoritárias e obstruir o avanço do prefeito Ângelo Guerreiro (PSDB) rumo à reeleição. O médico Issam Fares Jr (filho de um ex-prefeito, já falecido), o ex-vereador Idevaldo Claudino e o empresário Fabrício Venturolli estão no lote de pedras que podem cair no caminho de Guerreiro.
Já em Sidrolândia, é um ex-prefeito, Daltro Fiúza (MDB), quem tira o sono de Marcelo Áscoli (PSL), que pretende ganhar em outubro mais quatro anos de mandato. Fiúza, mesmo alvejado por intervenções judiciais que travaram seus passos políticos e eleitorais, conserva a popularidade conquistada em quatro administrações à frente do Executivo sidrolandense. A disputa pode ter outros protagonistas, porém o confronto que mais chama a atenção é o que será travado entre Áscoli e Fiúza.