Organizados por forças de direita – como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o ‘Vem pra Rua’ -, contando com a adesão de ex-bolsonaristas, como a deputada federal Joice Hasselmann (PSL/SP), e prestigiada por nomes mencionados entre os presidenciáveis, os atos convocados com estardalhaço para domingo passado (12) foram motivo de zoação para o presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores. Sem os partidos de esquerda, como PT e Psol, e sem as organizações sociais e classistas mais representativas, as manifestações foram prejudicadas pela falta de gente para tomar conta das ruas.
Os atos serviram, na verdade, como pano de fundo para levantar o apelo ‘Nem Bolsonaro, nem Lula’ e abrir espaço para o lançamento da terceira via, objetivo de presidenciáveis como o pedetista Ciro Gomes e o governador paulista João Dória (PSDB). Outros dois nomes constantemente citados como possíveis candidatos à presidência, os sul-mato-grossenses senadora Simone Tebet (MDB) e ex-ministro Henrique Mandetta (DEM) compareceram e tiveram microfones e foguetório à sua disposição.
Os atos, assim, acabaram vazios, provavelmente sinalizando pouca disposição da sociedade neste momento para quebrar a polarização entre Bolsonaro e Lula. E o insucesso das manifestações ficou debitado diretamente na conta dos organizadores que não excluíram o PT, mas atacaram duramente o ex-presidente Lula, comparando-o a Bolsonaro. Até um Bolsolula inflável, híbrido de Luiz Inácio Lula da Silva e do atual presidente, ambos em roupas de presidiários, deu o tom da marcha na Avenida Paulista, repleta de discursos de políticos e com cartazes até de ‘Volta, Temer’.