Jair Bolsonaro (sem partido), Lula (PT), Ciro Gomes (PDT), Luciano Huck (sem partido), Danilo Gentili (sem partido), João Dória Jr (PSDB), Guilherme Boulos (Psol), Henrique Mandetta (DEM), Flávio Dino (PCdoB), Marina Silva (Rede), João Amoêdo (Novo) e Fernando Haddad (PT). Estes são provavelmente os nomes mais cotados para saírem de 2021 com a pretensão de encarar a disputa pela presidência da República em 2022.
Na prática, todos têm suas pendências a serem resolvidas. Bolsonaro quer a reeleição. Ainda conserva um grande exército de fiéis seguidores, mas por causa da pandemia e de erros abismais passou a patinar nas pesquisas, perdendo apoios e caindo nos rankings de desempenho e aprovação. Precisaria mudar radicalmente sua postura no enfrentamento da crise para, quem sabe, desconfigurar a imagem negacionista que aprofunda seu abismo. E ainda vai ser ver com a CPI da Pandemia.
Em situação política oposta à de Bolsonaro, o ex-presidente Lula surfa nas ondas favoráveis que começaram a bater desde que as sentenças condenatórias da Lava Jato arbitradas por Sérgio Moro na Vara Federal de Curitiba foram anuladas pelo STF. Seu nome está em alta nas pesquisas e só se ele não quiser o PT busca outra candidatura, provavelmente a do ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.
Ciro Gomes é a aposta do PDT e vem forçando a barra na esperança de ser a opção de centro, desejo semelhante ao que move outros pré-candidatos, como Luciano Huck e Danilo Gentili, ainda sem partido, Moro, Dória Jr, Mandetta e Amoêdo. Já Boulos e Dino têm o carimbo do DNA esquerdista e Marina está por definir se vai ou não tentar mais uma vez, depois de dois insucessos.
FATOS NOVOS
Alguns fatos novos impactam essa lista. A situação de Moro, por exemplo, já foi bem melhor. Quando presidiu os julgamentos da Lava Jato era unanimidade entre os anti-Lula e bolsonaristas. Depois, no Ministério da Justiça e Segurança Pública, a corda foi roída. Começou a gerar desconfianças e virou persona non grata aos bolsonaristas quando passou a agir com autonomia e exigir que o presidente não interferisse na Polícia Federal. Hoje, na vida comum da advocacia, é considerado um traidor pelos palacianos.
Huck ainda não desceu e nem ficou em cima. Parece estar gostando do jogo do bem-me-quer entre a candidatura presidencial e a carreira televisiva, porque há uma expectativa de substituir o Faustão. Segue pontuando bem nas pesquisas. No caso de Danilo Gentili, as fichas são do também tresloucado MBL (Movimento Brasil Livre), a organização de direita fundada pelo hoje deputado federal Kim Kataguiri. Bastou o nome do apresentador do SBT aparecer numa pesquisa para entrar na mídia como pré-candidato.
Outras possibilidades serão oferecidas aos eleitores. O MDB, de Michel Temmer, e o Podemos, de Álvaro Dias, por sua representatividade congressual e orgânica, não podem ser cartas fora do baralho. Outra legenda com lastro para entrar num embate dessa envergadura é o PSB, um dos partidos que se destacaram nas recentes eleições municipais. O prefeito João Campos, de Recife, está fazendo campanha para que o PSB dispute em 2022 com candidatura própria.