O deputado estadual Felipe Orro (PSDB) usou a Tribuna da Assembleia na terça-feira (14) para denunciar a precarização dos serviços prestados pela Energisa em Mato Grosso do Sul com a demissão sistemática de funcionários experientes para contratar novos recebendo salários menores, desativação de setores inteiros e outras medidas que têm prejudicado os consumidores. O deputado alertou para os danos que o Estado pode sofrer a curto prazo com essa atitude da empresa, já que a energia é fundamental para o desenvolvimento econômico.
“Já não estava bem do jeito que vinha, os empresários têm reclamado muito da falta de oferta de energia em muitos municípios, o que impede a interiorização das indústrias. Agora a tendência é ficar pior”, disse Felipe. Ele conclamou a Assembleia a cobrar a empresa para que reveja a política de “desmonte” da concessionária e passe a investir no Estado, como havia prometido por diversas vezes.
Segundo apurou o deputado junto ao sindicato dos trabalhadores da empresa, em pouco mais de dois anos, desde que assumiu o controle da antiga Enersul, a Energisa já demitiu 456 trabalhadores, substituindo os antigos funcionários com experiência e salários melhores por novatos ganhando bem menos. “Antes, o piso da categoria que é de R$ 1,4 mil era pago para a copeira, por exemplo. Hoje tem eletricista entrando pra ganhar o piso”, frisou.
A Energisa tem feito também a concentração de serviços internos em sua sede, na cidade mineira de Cataguases, levando a crer que muito em breve vai funcionar no Estado apenas um escritório regional. “Já acabaram com o setor de engenharia, segundo denuncia o sindicato. E os próximos setores a serem concentrados em Minas serão o financeiro, recursos humanos e transportes”, disse.
ZONA RURAL
Como exemplo de medidas que já afetam diretamente a população, Felipe Orro citou o fim da religação de emergência de energia elétrica. O consumidor pagava um valor maior para ter sua luz restabelecida em até 24 horas. Agora isso não existe mais, só o prazo de cinco dias úteis. Na zona rural pode demorar 15 dias, denuncia o Sindicato da categoria. “Dia desses um produtor jogou os produtos estragados na mesa de uma atendente, de tão revoltado que estava porque perdeu toda sua produção devido à falta de energia”.
O deputado encerrou seu pronunciamento conclamando os demais pares a se somarem a ele na cobrança à empresa para que ponha fim à política de precarização dos serviços, reveja as demissões e valorize os trabalhadores antigos. “Energia é desenvolvimento, mas é também geração de emprego. Não podemos permitir que a própria empresa esteja causando desemprego no Estado”, finalizou.