Em 2020 diversos personagens da vida pública em Mato Grosso do Sul não resistiram à Covid-19 e foram a óbito. Fazem parte dessa lista fúnebre o vereador corumbaense Carlos Alberto Machado e o deputado estadual e ex-prefeito de Naviraí Onevan de Matos (PSDB). E a doença seguiu ceifando vidas em 2021: em apenas quatro meses, dezenas de personagens da política guaicuru sucumbiram também ao vírus, que não respeitou idade ou qualquer outro limite.
Um dos casos mais recentes foi o do prefeito reeleito de Miranda, Edson Moraes (PSDB). Ele faleceu no dia 1º de maio, depois de uma internação iniciada em março. Tinha 60 anos e havia assumido a prefeitura em 2019. Era vereador e presidia a Câmara Municipal. Com a cassação da prefeita Marlene Bossay e do vice, Moraes assumiu interinamente até às eleições extraordinárias, em novembro do ano passado, quando se reelegeu com 82% dos votos válidos.
O vereador mais votado de Costa Rica, Antonio Rodrigues (PSDB), 52, não resistiu às complicações da Covid-19 e morreu no dia 1º de abril, 10 dias depois de perder a sua esposa, Janaína Rainho Rodrigues, pelo mesmo tipo de contaminação. Em Tacuru, o petebista Paulo Mello, 49, presidente da Câmara de Vereadores, morreu em 23 de março, após uma semana internado na UTI do Hospital Regional de Ponta Porã. Paulo também foi prefeito interino entre 1º de janeiro e junho de 2017.
Internado desde 20 de março, o empresário e ex-vereador de Chapadão do Sul, Valter Tenório da Costa, 58, morreu no dia 15 de abril. Bastante conhecido na cidade, teve três mandatos e ingressou no ramo da aviação agrícola ao deixar a vida pública. Era primo do ex-deputado e ex-prefeito de Cassilândia, Luizinho Tenório. No Dia do Trabalho, 1º de maio, Walid Aidamus Rasslan deu seu último suspiro e deixou consternada a população de Glória de Dourados. Tinha 62 anos e com um mandato atuante honrou as tradições do MDB.
O vereador pontaporanense Rony Lino Miranda, 69, reeleito do PSDB, teve sua internação de 15 dias interrompida por problemas causados pela Covid-19 que o levaram a óbito. Era pequeno produtor rural assentado no distrito de Nova Itamarati e foi presidente da Câmara de Vereadores até 31 de dezembro do ano passado. A Covid também privou Nioaque de personagens destacadas de sua história, entre elas a ex-prefeita Ilca Corral Mendes Domingos, 69. Ela, que governou o município em dois mandatos (2005-2012), faleceu dia 6 de abril.
DEPUTADOS
Getúlio Gideão Bauermeister era um dos 21 deputados estaduais constituintes, eleitos em 1979 com a atribuição primeira de instalar o Poder Legislativo e promulgar a primeira Constituição do recém-criado Mato Grosso do Sul. Pertencia, na época, ao MDB. No dia 13 de março deste ano foi internado no Hospital Cassems de Campo Grande com teste positivo para a Covid. Morreu no dia 27, quatro dias depois de completar 75 anos. Ao concluir em 1983 seu mandato de deputado estadual, disputou e venceu as eleições para prefeito de Nova Andradina (1983-88), cidade onde morava e era sua principal base eleitoral. Era psicólogo.
Outro político que o coronavírus vitimou fatalmente este ano foi Humberto Teixeira, de Dourados. Hospitalizado desde dezembro, morreu dia 21 de janeiro, aos 82 anos. Foi eleito deputado estadual em 1990, porém antes de concluir o mandato concorreu à prefeitura douradense e venceu, administrando a cidade de 1993 a 1996. Nesse período presidiu a Associação dos Municípios (Assomasul). Em 1998 foi o candidato do MDB a vice-governador na chapa do tucano Ricardo Bacha, que chegou ao segundo turno, mas foi derrotado pela dupla Zeca do PT e Moacir Kohl (PDT). Humberto era irmão do deputado estadual Zé Teixeira e pai do ex-vereador Humberto Teixeira Júnior.