Até o início deste ano, a rotina de mortandade da Covid-19 no Brasil tinha predominância absoluta nas faixas etárias mais avançadas. Entretanto, nos últimos meses, a contaminação tornou-se letal também para pessoas bem mais jovens. Nos círculos políticos, a maioria das mortes ainda é de idosos, embora a diferença para outras idades esteja diminuindo.
Uma das figuras políticas mais idosas a perder a luta contra o coronavírus no primeiro quadrimestre de 2021 foi Frederico Campos. Passou 19 dias internado num hospital de Cuiabá, até morrer em 28 de fevereiro, aos 93 anos. Campos foi o segundo governador de Mato Grosso (1979-83) após a divisão do Estado, quando sucedeu o corumbaense Cássio Leite de Barros. Prefeito da capital mato-grossense em dois mandatos, foi também secretário de Estado.
Em Salvador (BA), morreu no dia 19 de março, aos 54 anos, Antonio Lázaro da Silva, ex-integrante do Grupo Olodum. Depois de fazer sucesso com a banda, tornou-se o Irmão Lázaro, cantor evangélico de sucesso, e ingressou na política. Foi eleito deputado federal em 2014 e vereador em 2020, pelo PL. Estava internado em estado grave na UTI de um hospital de Feira de Santana, a 100 km da capital baiana, desde 25 de fevereiro.
O emedebista Maguito Vilela, um dos mais populares políticos de Goiás, morreu em 13 de janeiro, aos 71 anos. Prefeito de Goiânia, estava internado desde outubro. Prefeito, vereador, deputado estadual, federal e vice-governador, ocupou ainda a cadeira de governador entre 1995 e 1998 e foi eleito senador (1999-2007). Antes da capital de Goiás, foi prefeito de Aparecida de Goiânia (2009-2016).
Morreu em abril, no dia 23, aos 69 anos, Levy Fidelix, dirigente nacional do PRTB, partido do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão. Estava internado desde março em um hospital particular de São Paulo. Ficou conhecido por suas insistentes e inócuas candidaturas à presidência e pela principal proposta de governo que defendia, o aerotrem.
O senador Major Olimpio (PSL), de 58 anos, teve morte cerebral confirmada pelos médicos no dia 18 de março. A informação foi divulgada pela família nas redes sociais do parlamentar, que estava internado em São Paulo desde 3 de março para tratamento da Covid-19.
O ex-deputado Bonifácio de Andrada morreu dia 5 de janeiro, aos 90 anos. Era a interrupção de quase 40 anos como deputado federal até 2018. Desde 1979 mantinha a saga da família na política, que vem do tataravô José Bonifácio de Andrada e Silva, um dos patriarcas da Independência.
O ex-vice-prefeito de Curitiba, Algaci Túlio, morreu em 13 de janeiro, aos 80 anos. Não resistiu a uma parada cardiorrespiratória. Estava internado desde 22 de dezembro por causa da Covid. Túlio foi eleito vereador pela primeira vez em 1982. Depois foi deputado estadual por quatro mandatos e em 2008 se elegeu vereador. E ainda foi vice-prefeito de Curitiba por duas vezes.
O senador José Maranhão (MDB-PB) foi a óbito em 8 de fevereiro. A causa: Covid. Tinha 87 anos e estava internado desde o início de dezembro. Era o mais velho da atual legislatura e fazia sua segunda passagem pelo cargo, que já havia exercido entre 2003 e 2009. Começou na política em 1955 como deputado estadual. Desde então, foi deputado federal, vice-governador e governador da Paraíba por três vezes.
A relação de pessoas da política brasileira que perderam a vida este ano na luta contra o coronavírus tem, aproximadamente e em cálculos extraoficiais, 150 nomes. Aparecem entre eles, e sem incluir sul-mato-grossenses, Euclides Scalco, Haroldo Lima, José Adauto Bezerra, José Carlos Schiavinato e Silvio Antonio Fávero