A pandemia tem incorporado novos hábitos na população. Desde o início do isolamento, houve um aumento na busca da consulta a distância. Dos 5,7 milhões de pessoas que acessaram a modalidade pelo TeleSus, cerca de 2,4 milhões foram avaliadas sobre os sintomas do novo coronavírus sem sair de casa.
A teleconsulta foi autorizada tendo como base a resolução nº 2227/18 do Conselho Federal de Medicina, segundo esclarece o médico Jose Julio Gonçalves, professor do curso de Medicina da Uniderp. “Há essa permissão ao médico de realizar o atendimento, em especial de paciente que já havia passado por consulta presencial e necessitava de acompanhamento, tendo em vista os consultórios e ambulatórios fechados”, pontua.
Pacientes idosos e com doenças crônicas são os mais atendidos nesse tipo de consulta, que deve permanecer mesmo após a pandemia. “Em vários países já era uma realidade, mas no Brasil havia restrições devido a limitações do atendimento. Para pacientes que moram em áreas de difícil acesso ou que especialistas são mais difíceis, a solução da teleconsulta será uma opção lógica”, afirma.
Sobre a importância do contato do médico com o paciente, o especialista defende: “Não podemos esquecer que certas coisas são insubstituíveis, como a empatia, calor humano e o exame físico associado à história clínica, que permitem mais de 90% das hipóteses diagnósticas e diagnóstico final. A telemedicina está mostrando ser um excelente auxílio e suporte, mas o toque humano e a troca de confiança são fundamentais”. Mas reforça seus benefícios, já que propicia a avaliação por juntas médicas especialistas, inclusive de outros países. “Os telediagnósticos por exames de imagem estão permitindo que mais pacientes tenham acesso a recursos que somente grandes centros apresentavam”, conclui.
TELESUS
O TeleSUS pode ser acessado por telefone por meio do Disque Saúde (136); por um chat disponível na página do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br); ou pelo aplicativo Coronavírus SUS.