Para o titular da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, o potencial econômico de Mato Grosso do Sul hoje tem maior visibilidade e ganha consistência como indutor de progresso e captador de investimentos. O comentário reverbera uma das boas notícias do ano: a compra, pela Petrobras, de um bloco da Bacia do Paraná para exploração de petróleo e gás natural.
Verruck não hesita em afirmar que o interesse da Petrobras desperta expectativas positivas. Na quarta-feira, 27, a estatal desembolsou R$ 1 bilhão 797 milhões 622 mil 772,55 para adquirir sete blocos na 14ª Rodada de Licitações no regime de concessão, realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), sendo seis offshore e um terrestre. A companhia será a operadora nos sete blocos. Nos blocos marítimos, a Petrobras será a operadora com 50% de participação, em parceria com a ExxonMobil, que detém os outros 50%.
Para arrematar o Bloco PAR-T-175, da Bacia do Paraná, a Petrobras pagou R$ 1 milhão 690 mil 771,75 e se comprometeu a investir pelo menos R$ 20,5 milhões. Esta é a primeira vez que áreas do território sul-mato-grossense poderão ser perfuradas para a exploração de combustíveis. “Se tivermos possibilidade de produzir gás natural, haverá mais uma fonte energética regional, uma nova opção de royalties para a receita desses municípios, além da diversificação da nossa base econômica”, analisa. Mas pondera: “Somos cautelosos, mas não duvidamos da capacidade e das condições que o Estado tem”, salientou Verruck.
Um estudo da ANP planilhou 11 áreas da Bacia do Paraguai passíveis de exploração. Entretanto, só uma, a do Paraná, despertou interesse de investidores. Verruck reconhece e explica que ainda não se tem uma dimensão efetiva do potencial para combustíveis e o edital é justamente para fazer essa identificação. “O que existe hoje, dado aos estudos geológicos e às características em análise, é que há a possibilidade de encontrar gás natural e petróleo na região lindeira ao rio Paraná”.
Por ser exploração terrestre, a expectativa é que os volumes sejam bem menores que no mar. Devido às condições do subsolo, é normal que o bloco tenha mais gás natural do que Petróleo. No ano passado a ANP solicitou ao Governo do Estado informações sobre as áreas com potencial para exploração. “Eles queriam saber se essas áreas eram de baixo impacto ambiental e se estavam em áreas de conservação, mas o Imasul informou que não”, contou Verruck.