Celulose, carnes desossadas de bovinos congeladas, carnes desossadas de bovinos refrigeradas e pedaços e miudezas de aves congelados são os principais produtos responsáveis pelo crescimento de 23% na receita com exportações de industrializados de Mato Grosso do Sul nos primeiros nove meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, que aumentou de US$ 2,19 bilhões para US$ 2,69 bilhões, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems.
Apenas em setembro, a receita com a exportação de produtos industriais alcançou US$ 287,4 milhões, apresentando estabilidade em relação ao mesmo mês de 2017, quando o valor foi de US$ 286,8 milhões. “Ainda assim, esse foi o melhor resultado para o mês de setembro dos últimos cinco anos”, de acordo com avaliação do coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende.
Quanto à participação relativa, no mês, a indústria respondeu por 76% de toda a receita de exportação de Mato Grosso do Sul, enquanto no acumulado do ano a participação ficou em 60%. O economista explica que, de janeiro a setembro, os principais destaques ficaram por conta dos grupos ‘Celulose e Papel’, ‘Complexo Frigorífico’, ‘Extrativo Mineral’, ‘Óleos Vegetais’, ‘Açúcar e Etanol’ e ‘Couros e Peles’, que, somados, representaram 98% da receita total das vendas sul-mato-grossenses de produtos industriais ao exterior.
CELULOSE E CARNES
No grupo ‘Celulose e Papel’, a receita no período avaliado foi de US$ 1,41 bilhão, crescimento de 94% nos nove meses de 2018 comparado com a somatória de janeiro a setembro de 2017, dos quais 97,6% foram obtidos apenas com a venda da celulose (US$ 1,38 bilhão), tendo como principais compradores China, com US$ 758,8 milhões, Itália, com US$ 160 milhões, Holanda, com US$ 129,1 milhões, Estados Unidos, com US$ 92,7 milhões, e Coreia do Sul, com US$ 37,9 milhões.
“A produção de celulose segue em expansão, registrando recordes consecutivos nos últimos anos. Tal resultado é derivado da demanda externa aquecida, principalmente na China e na Europa, que são os principais mercados de destino da nossa produção. O cenário continua positivo para 2018, com preços em elevado patamar e produção em crescimento”, destacou Ezequiel Resende.
Já no grupo ‘Complexo Frigorífico’ a receita conseguida na soma de janeiro a setembro deste ano foi de US$ 686,3 milhões, uma redução de 1% em relação ao mesmo período do ano passado, sendo que 35,9% do total alcançado são oriundos das carnes desossadas de bovinos congeladas, que totalizaram US$ 246,3 milhões, tendo como principais compradores Hong Kong, com US$ 139,6 milhões, Chile, com US$ 110,2 milhões, China, com US$ 49,9 milhões, Arábia Saudita, com US$ 44,2 milhões, e Irã, com US$ 42,9 milhões.
“As exportações de carne de frango do Brasil em setembro alcançaram 363,8 mil toneladas, queda de 6% em relação a setembro de 2017. O volume leva em conta todos os produtos, entre in natura e processados, e gerou receita de US$ 582,3 milhões, 8,8% abaixo do reportado há um ano. Contudo, o volume de exportações registrado em setembro foi expressivo diante do número menor de dias úteis do período, se compararmos com outros meses do ano”, ressaltou o economista.