Nos aproximadamente 1,1 mil inquéritos provocados pelo Ministério Público Estadual com base nas denúncias de abusos contra crianças e adolescentes, 98% são praticados por pais adotivos e/ou pessoas do próprio núcleo familiar e afetivo. Esses dados são citados pelo promotor Marcos Alex, do MPE, como sinais preocupantes de uma prática que apesar da repressão continua recorrente e causando nas vítimas a morte, ferimentos ou danos físicos e psicológicos dificilmente reversíveis.
Uma figura comum nesses casos é a do avô abusador. No último dia 18 foi preso em Coxim, por estupro de vulnerável, um homem de 70 anos. Cumpria pena em regime aberto com uso de tornozeleira eletrônica e condenado a 20 anos pelo mesmo crime por ter estuprado pelo menos 10 crianças. Agora, estaria abusando de uma neta de cinco anos.
Segundo a Delegacia de Atendimento à Mulher de Coxim, o idoso mora na mesma rua que a neta e a convidava para pegar caramujos. Os estupros então eram praticados quando saíam juntos. A violência só foi interrompida quando a criança contou à mãe e esta registrou o Boletim de Ocorrência na Polícia Civil.
O PAI
Em Sidrolândia, um homem de 52 anos foi preso no dia 14 deste mês, sob a acusação de ter abusado sexualmente de um filho de sete anos. O estupro foi descoberto no dia 9. De acordo com as informações, a criança morava com o pai, mas ultimamente passou a ficar retraída. A mãe notou sua tristeza quando foi buscá-lo. O menino chegou a dizer a ela que estava com vontade de morrer.
Ao chegar em casa, pôs o filho na cama e o ouviu gemer de dor. Passou a fazer perguntas e a prestar atenção no corpo da criança, constatando lesões e manchas em suas partes íntimas. O Conselho Tutelar foi acionado e no exame de corpo de delito foi levantada a suspeita de abuso sexual. O pai foi preso e a Polícia informou que contra ele constam outros dois boletins de ocorrências semelhantes, um deles com uma sobrinha.
SADISMO
No ano passado, em Campo Grande, a polícia prendeu um homem suspeito de praticar a pedofilia. Ele armazenava vídeos mostrando cenas de
O material, com cenas explícitas de sexo envolvendo crianças e adolescentes, estava no notebook e no celular do rapaz. Em depoimento à polícia, ele disse que começou a baixar o conteúdo havia cerca de três meses e que se masturbava assistindo os vídeos. Ele ressaltou que não sentia desejo de manter relação sexual com as crianças.
Além do auxiliar contábil, foram presos um advogado – também policial militar e professor universitário -, um empresário e sargento do Exército. Com os quatro foram apreendidos 200 gigas de materiais pornográficos. Metade do material, em arquivo de 100 Gb, foi encontrada no notebook do advogado, preso em casa, no Bairro Bom Jardim. À polícia, o suspeito afirmou que o conteúdo seria de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).