A Câmara Municipal de Campo Grande realizou nesta segunda-feira (30) uma roda de conversa para debater o papel dos homens no combate à violência de gênero. O objetivo da atividade – proposta pela vereadora Camila Jara (PT) – foi discutir temas como a construção de masculinidades e o impacto na saúde dos homens em causas externas como homicídio, suicídio e acidentes de trânsito.
“Vemos várias campanhas de combate à violência contra a mulher, campanhas de conscientização e, em todas elas, debatemos muito com mulheres. Mas, agora, está na hora de debatermos com homens”, disse Camila. “A mesma violência que acontece conosco também acontece de formas distintas com homens. Precisamos evitar que aconteça, evitar que a mulher seja agredida. E fazemos isso conversando com os homens”, completou. O presidente da Câmara, Carlão Borges (PSB), apoiou e destacou a importância do evento, que integra a programação especial do Agosto Lilás, inspirado na Lei Maria da Penha.
O psicólogo e professor universitário Alberto Mesaque considera necessário envolver o homem no debate sobre a violência contra a mulher. “É comum associar ao homem essa violência. Mas os homens não são todos iguais. E o modelo de masculinidade hegemônica não compromete só as mulheres”, analisou Mesaque. “O machismo também compromete a saúde masculina, sobretudo alguns que não correspondem ao modelo. Temos que pensar estratégias de como prevenir essa violência”, advogou.
Para o psicólogo e organizador do grupo, Leandro Nonato, é preciso vivenciar outras masculinidades. Outro psicólogo presente no debate, Thiago Ravanello, pós-doutor em Psicologia Clínica, lembrou que o debate deve ser ecoado e atingir o maior número possível de homens.
Segundo o vereador Prof. André Luis, o debate é amplo e é importante descobrir as causas da violência contra a mulher para propor políticas públicas de combate. “Hoje, a razão nos leva a pensar diferente. O homem e a mulher são iguais. A cultura nos fez pensar do homem superior a mulher. A violência é a maneira de você impor sua razão. Precisamos discutir primeiro o comportamento do ser humano”.