O reconhecimento formal do Brasil como área livre da febre aftosa com vacinação será feito em 20 de maio pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), em congresso da entidade, em Paris.
A informação foi dada pelo senador Waldemir Moka (MDB-MS), na segunda-feira (2), durante sessão de homenagem à nova condição do país, no Plenário do Senado. A erradicação alcança 25 Estados, como Mato Grosso do Sul, e o Distrito Federal. Santa Catarina já era considerado área livre da doença com vacinação.
Para o senador Moka, autor da proposta da sessão, a decisão da OIE é “um marco e uma grande conquista histórica”. Ele ressaltou que o país é hoje, a despeito de grandes dificuldades, líder mundial na produção de alimentos e na exportação de carnes.
Segundo o senador, a solicitação do reconhecimento partiu do próprio comitê científico da entidade. “É algo de enorme relevância, de uma abertura ainda maior de mercados em todo o planeta para nossos produtos”, disse Moka, informando que 180 países fazem parte da OIE.
O senador enfatizou que o rebanho comercial do Brasil é o maior do mundo, com 217 milhões de cabeças, e que a pecuária brasileira responde por 18% das exportações mundiais de carne e por 7,4% do produto interno bruto (PIE) do país. Ele apontou a grande dimensão que o setor adquiriu no Brasil para a geração de riqueza, empregos e renda.
O ministro da Agricultura e senador licenciado, Blairo Maggi, fez um histórico do combate à febre aftosa no Brasil, desde o primeiro caso registrado, em 1895, no Triângulo Mineiro, até a criação do programa nacional de erradicação da doença, em 1992, e a obrigatoriedade da vacinação dos rebanhos em todo o país, em 1996.
“Tivemos uma batalha cheia de percalços, mas, graças a muito esforço, trabalho, conhecimento, dedicação e luta de produtores rurais, de gerações de técnicos e gestores, isso se tornou realidade”, disse.
Ele explicou que, em abril, o Brasil completa 12 anos sem ocorrência de febre aftosa, e que em maio, Amazonas, Roraima, Amapá e parte do Pará deverão receber o reconhecimento internacional da OIE, passando a integrar todo o território brasileiro na condição de livre de febre aftosa com vacinação. Santa Catarina está um patamar acima, livre de febre aftosa sem vacinação.
“Essa condição traz para o país evidentes impactos positivos na consolidação e na ampliação de mercados para os produtores pecuários brasileiros. Por essa razão, a luta contra a febre aftosa é tarefa de todos”, afirmou.