O Brasil piorou duas posições no ranking mundial da corrupção, segundo o levantamento realizado pela Transparência Internacional e divulgado na madrugada desta terça-feira (25).
O IPC considera 180 nações e territórios. A escala vai de 0 a 100 – em que 0 significa que o país é “altamente corrupto” e 100, “muito íntegro”. As notas são atribuídas a partir de relatórios (o do Banco Mundial, por exemplo) que indicam “percepções do setor privado e de especialistas acerca do nível de corrupção no setor público”. Valores abaixo de 50 indicam “níveis graves de corrupção”.
A percepção de corrupção aumenta ou diminui, por exemplo, se a imprensa é livre e publica tudo o que vê a respeito de malfeitos no país. Mas isso impede que países muito subdesenvolvidos fiquem no ranking com uma posição melhor do que o Brasil. O relatório mostra ainda que a pontuação do Brasil está abaixo da média dos países que compõem os Brics (39), além da América Latina e Caribe (41), G20 (54) e OCDE (66).
DESEMPENHO DO BRASIL
A Transparência Internacional afirma que o Brasil está “estagnado em um patamar muito ruim em relação à percepção da corrupção no setor público” e aponta que as ações do governo federal, do Congresso Nacional e do Judiciário “levaram a retrocessos no arcabouço legal e institucional anticorrupção do país”.
“São marcos legais e institucionais que o país levou décadas para construir. Isso traz consequências ainda mais graves por ocorrer em meio à pandemia da Covid-19, quando a transparência e o controle dos recursos públicos deveriam ser priorizados para garantir seu bom uso frente à tragédia humanitária”, acrescenta.
A organização destacou que, nos últimos anos, vem denunciando o enfraquecimento do combate à corrupção, diante das falas antidemocráticas do presidente Jair Bolsonaro, por exemplo. A Transparência Internacional também tem destacado as investigações realizadas pela CPI da Covid e as relações criadas entre o governo federal e o Congresso por meio do chamado orçamento secreto.