Protagonista da polêmica do tapa-buraco fantasma em Campo Grande e alvo de ação na Justiça por ter, segundo o MPE-MS (Ministério Público Estadual), sido contratada por meio de licitação fraudulenta e ter desviado recursos públicos municipais, a Selco Engenharia ainda presta serviços para a prefeitura da Capital. A empreiteira teve, inclusive, contratos renovados recentemente. A Usimix Ltda., empresa que também responde judicialmente pelos supostos desvios, é ainda a responsável pelo fornecimento de massa asfáltica para os reparos feitos na cidade.
Conforme a administração municipal, a fiscalização teve o rigor aumentado para evitar novos problemas na execução do trabalho de manutenção do asfalto da cidade, dentre outras obras. Mesmo após as acusações, a prefeitura deve manter o contrato com a empreiteira enquanto o jurídico estuda a situação. Em novembro do ano passado, o prefeito Alcides Bernal (PP) lançou a operação “Chega de Buracos e Lama”, que tinha a intenção de acabar com os problemas na pavimentação em um prazo de 90 dias com investimentos de R$ 2 milhões por mês para cinco empreiteiras. O problema é que com as chuvas, conforme a administração municipal, o cronograma foi prejudicado e o prazo estipulado não foi o suficiente. O mutirão foi prorrogado por prazo indeterminado. Além da Selco, as empreiteiras Pavitex, Gradual, Diferencial e Walla trabalham nas sete regiões. A Usimix produz o material usado pelas cinco empresas que fazerem o tapa-buraco.
Construtora
Em janeiro do ano passado, em uma rua no Jardim Veraneio, próximo ao Parque dos Poderes – na região leste de Campo Grande –, câmeras de segurança de um condomínio flagraram funcionários da Selco jogando material como se estivesse tapando buracos, mas, na verdade, eles não existiam naquele local. Na época, o prefeito Gilmar Olarte (PP) suspendeu o contrato com a empreiteira e uma sindicância para investigar a ação foi aberta. Segundo a prefeitura de Campo Grande, a partir deste ano, novos critérios foram firmados com as empresas responsáveis pelo serviço de tapa-buraco para que não haja problemas como o que houve em 2015.
Equipes de fiscalização sempre presentes e nova metodologia de trabalho foi implantada. No caso, conforme o setor de comunicação da administração municipal, os buracos agora têm as bordas regularizadas, a base é compactada, para enfim ser colocada a massa asfáltica e o rolo compressor passado. O serviço é considerado um pouco mais demorado, porém com mais qualidade. Já os gastos continuam sendo limitados em R$ 2 milhões mensais. (O Estado de MS)