Se é preciso algum fato ou indicador seguro para demonstrar que a economia de Mato Grosso do Sul está sendo recuperada não haveria melhor oportunidade que o fim de ano: desde que assumiu, em 2015, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) vem pagando pontualmente os salários do funcionalismo. E isso em meio a uma crise das mais devastadoras que se abateu sobre o Estado, que lhe foi entregue em condição das mais deploráveis nas finanças, nos serviços e na credibilidade.
Neste ano, o quarto e último de seu primeiro mandato, o governador fecha de forma antecipada a planilha salarial do exercício. Vai pagar três folhas aos cerca de 70 mil servidores: novembro, dezembro e o 13ª salário. Tudo em dia. O 13ª estará na conta bancária do funcionalismo no dia 18 de dezembro. Poucos estados conseguiram fechar suas contas e raros serão aqueles com disponibilidade orçamentária para cobrir a complicada demanda de final de ano.
Outro detalhe impressionante do desempenho das finanças sul-mato-grossenses é o volume de dinheiro que será desembolsado pelos cofres estaduais para circular no Estado e aquecer, com intensidade sem precedentes, o comércio de 79 municípios: R$ 1 bilhão e 590 milhões. Só a remuneração extra do 13º para os funcionários ativos e inativos gira em torno dos R$ 360 milhões. Na tarde de quarta-feira, 28, Azambuja reuniu-se com assessores, representantes do funcionalismo e dirigentes dos segmentos patronais para apresentar o cronograma de pagamentos.
Outro demonstrativo do vigor financeiro é a data para o repasse dos salários de novembro, anunciado para a sexta-feira, 30, uma semana antes do quinto dia útil do mês seguinte ao do vencimento. Antecipar salários não é um fato corriqueiro quando se trata de dispêndio financeiro de gestões públicas em período natalino. Em geral, o esforço se concentra para garantir o 13ª salário, enquanto a folha de dezembro fica para ser quitada na primeira quinzena de janeiro.
COMEMORAÇÃO
Se a notícia deixou exultantes os servidores estaduais, mais felizes e aliviados estão os empregadores. Lílian Fernandes, que é presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos da Administração (Sindsad-MS), observou que o cronograma de pagamentos atende às expectativas do funcionalismo. “Nosso sentimento é de reconhecimento. A situação do país está difícil, mas agora os servidores têm um calendário bem definido, seguro, e podem se organizar para o fim do ano”, enfatizou.
Por sua vez, a presidente da Associação da Feira Central de Campo Grande, Alvira Melo, classificou de maravilhosa a iniciativa do governador. “Ele nos dá um novo fôlego neste ano tão difícil”, assinalou. A feira é um dos endereços de grande parte dos servidores. “O comércio está precisando demais desse dinheiro circulando. A maioria dos estados não vai pagar o décimo terceiro salário, 90% das prefeituras de Minas Gerais também não”, comparou o presidente da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), João Carlos Polidoro.