Quem conheceu o Jardim Auxiliadora em 2017, no primeiro ano da gestão de Marquinhos Trad (PSD), e percorrer hoje a maioria de suas ruas, verá que muito pouca coisa mudou no que se refere à atenção do poder público municipal. Já se passaram mais de cinco anos e este populoso e acolhedor núcleo habitacional de Campo Grande continua sofrendo com a longa espera pelo cumprimento das promessas feitas por um candidato que, para vencer a eleição e se tornar prefeito, assumiu compromissos com a comunidade.
O candidato recebeu os votos de uma população que acreditou nas suas promessas e foi vencedor em duas eleições. Enquanto isso, aqueles que o ajudaram a se eleger nas duas vezes amargam a frustração de ter confiado em quem não valoriza o voto que recebeu. Se não fosse assim, o jardim Auxiliadora estaria atualmente feliz da vida com suas principais reivindicações atendidas pela prefeitura.
Entretanto, o quadro que se apresenta hoje é praticamente o mesmo de cinco anos atrás. Um dos transtornos causados pela ausência ou descaso de gestão está visível nas dezenas de ruas sem asfalto, esburacadas e até mesmo sem cascalhamento e nem manutenção. A reclamação de moradores é generalizada, sobretudo quando relatam o sofrimento nos dias de chuvas.
“Tem dia que as ruas ficam intransitáveis”, queixa-se o advogado André Luiz Godoy, 38, morador há cinco anos da Rua Elias Martins. O mais doído para a comunidade é ver bairros nas adjacências usufruindo de ruas pavimentadas há anos, a exemplo do Rita Vieira. Quando questionada, o que ocorre frequentemente, a prefeitura informa que nada fez porque as chuvas atrapalham ou ainda não foram feitos os serviços de drenagem para escoamento da água e implantação do asfalto.
Estes pretextos revoltam os moradores. Eles recordam que convivem com promessas vazias dede a gestão anterior à de Marquinhos Trad. E este foi um dos motivos que levou a população local a dar seu voto no atual prefeito. Contudo, a decepção se cristalizou, principalmente porque o Rita Vieira, ao lado, foi atendido com asfalto em 2015. O secretário de Obras, Rudi Fiorese, informou que o projeto de asfaltamento de toda a região está em fase de desenvolvimento e em breve terá uma solução para sua execução.
Até chegar esse dia – e sabe-se lá quando – quem mora no Jardim Auxiliadora continuará engolindo a esperança depositada numa palavra dada por alguém que não a honrou. E ficará como os demais habitantes de uma Capital para a qual também foram feitas e traídas várias promessas, entre elas a revitalização da antiga rodoviária (Terminal Heitor Eduardo Laburu), a cobertura em todos os pontos de ônibus (com ar condicionado e sistema de acessibilidade na frota) e um padrão de excelência no sistema público de saúde.