Profissionais de vários segmentos e representantes de diversas entidades reuniram-se na última terça-feira (6) na sala da presidência, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, para discutir ações relativas ao aniversário de 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), a ser celebrado no dia 10 de dezembro deste ano. Nessa data, deverá ser realizada uma sessão solene na Casa de Leis.
“Estamos reunindo com representantes de vários grupos que se organizaram nesses últimos meses em defesa da democracia e em defesa dos direitos humanos, representantes de movimentos de mulheres, negros, indígenas, pessoas com deficiência”, listou o proponente do encontro, deputado Pedro Kemp (PT), membro da Comissão de Trabalho, Cidadania e Direitos Humanos da Casa de Leis.
Para o deputado, o debate sobre o tema é importante neste momento, porque “estamos vivendo uma situação de retrocesso na consciência quanto ao respeito aos direitos humanos”. Ele disse, ainda, que o encontro desta terça-feira visa preparar uma sessão solene em comemoração aos 70 anos da DUDH, como também dos 30 anos da Constituição da República Federativa do Brasil.
Uma das organizadoras do encontro, a assistente social Estela Scandola, da Rede Feminista de Saúde, concorda que a discussão sobre direitos humanos é fundamental neste momento. “Estamos demarcando que a luta dos direitos humanos está viva no Brasil e vai continuar”, enfatizou. Estela lembrou que, há dez anos, ocorreu na Assembleia Legislativa sessão solene em comemoração aos 60 anos da DUDH. “Foi um encontro de reconhecimento da luta de pessoas que atuam na defesa e na promoção dos direitos humanos”, mencionou. Para ela, a sessão a ser realizada neste ano é ainda mais importante. “Precisamos mostrar a toda sociedade que, mesmo com a tentativa de desmonte dos direitos humanos, ainda somos muitos que lutam em defesa desses direitos”, ressaltou.
Entre os representantes dos cristãos presentes na reunião, estava o teólogo José Edmilson Schinelo, membro do Centro de Estudos Bíblicos (Cebi). Ele reforçou a relevância das discussões sobre direitos humanos. “No momento em que se banalizam as relações humanas, em que as pessoas são tratadas ainda mais como objeto, defender a dignidade do ser humano se torna fundamental”, considerou.