Em Aquidauana, a 7 de dezembro, no BPRAM (Universidade Federal); e em Campo Grande dia 9, na Califórnia Mudas (Avenida Afonso Pena, 4348). Estes são os dois locais onde a escritora Raquel Anderson fará o lançamento de sua primeira obra literária. Articulista de vários veículos de comunicação, esta aquidauanense de 52 anos, formada em História e com respeitável histórico de ativismo social e político, buscou no lastro cultural do pai e na ampla aquarela de gentes, paisagens e linguagens da terra natal a inspiração para batizar o livro: ‘Oswaldão, Obséquios Pantaneiros’.
Raquel debuta como escritora com feitos precoces. Só começou a escrever e publicar seus artigos há pouco mais de um ano. E vem conquistando leitores além dos limites de seu Estado com seu estilo peculiar de escrever, narrar, renarrar, brincando com palavras que lhe desafiam no sério. Foi assim que entre os reconhecimentos ganhou um especial, em dose dupla: um de seus textos conquistou prêmio nacional e foi selecionado para o livro ‘Poesias Para Maria’, da cantora Maria Bethânia em comemoração aos 50 anos de carreira.
‘Oswaldão, Obséquios Pantaneiros’ traz uma coletânea de contos e poesias da lavra pantaneira que remete à figura carismática e genial do pai, um homem fascinante que sabia tocar suas andanças conciliando a simplicidade do rude e ingênuo interiorano que dominava conhecimentos intelectuais, de vida, de mundo e de relações com pessoas, bichos, plantas e águas. Oswaldão escrevia poetando, proseando e musicando a generosa inspiração como testemunha de tudo que o rodeava e, sobretudo, fundia-se no instintivo de um raciocínio fértil. Por isso, a saudade não se combinava com quem se renasce na teimosia do que produziu.
Os livros – define a escritora – são uma das maiores invenções e delicadezas já produzidas pela humanidade. “Por eles o homem aprende, inventa, reinventa, reinventa-se, auxilia, expressa-se, adquire saberes científicos, literários e em todos os segmentos do conhecimento humano”, acentua. E explica que ‘Oswaldão’ é um livro sobre cultura pantaneira, escrito com um viés antropológico, geográfico e uma dose cavalar de humor, aos moldes de um autêntico ser pantaneiro.
“Fiquei ouvindo a barulheira que a saudade tinha, fui para Aquidauana, refiz seus trajetos, procurei os bares, ouvi histórias, arranquei das minhas memórias inspiração, força e emoção, poetizei, rimei e recheei com muito humor causos e estórias. Fui fiel à sua autenticidade, doei-me inteiramente e pretendo deixar o legado do que é um autêntico homem pantaneiro”, confessa, emocionada.
Historiadora, amante de antiguidades, Raquel preserva vários pertences e legados familiares. Até o berço do Oswaldão foi resgatado: com 88 anos, o móvel será utilizado para expor os exemplares dos livros no ato de lançamento.