Cerca de cem advogados e advogadas de todo o Estado participaram na quinta-feira passada (23) do lançamento do Movimento Tempo de Ordem, que propõe uma reforma e debate do modus operandi da Ordem dos Advogados do Brasil em âmbitos nacional e estadual e o resgate do papel vanguardista da instituição na defesa do cidadão e de seus inscritos.
Segundo um dos líderes do Movimento, o advogado e ex-professor universitário Jully Heyder da Cunha, o grupo se reúne para reagir à atual gestão. “A base do que nos motiva é a liberdade. Nós advogados somos amantes da liberdade por vocação e é por ela que lutamos. Não podemos aceitar o desrespeito às nossas prerrogativas por parte dos Poderes como se nós advogados fossemos adversários à administração da justiça quando, na verdade, somos instrumento para a realização dela” ponderou.
O grupo conta ainda com apoios significativos de lideranças da advocacia sul mato-grossense como os ex-presidentes Vladimir Rossi, Marcelo Barbosa Martins, Leonardo Nunes da Cunha, Carmelino Rezende e Carlos Marques, além de Nelson Araújo Filho, André Xavier Machado, Oton Nasser, Luís Renato Adler e Emerson Ottoni, entre outros renomados profissionais da advocacia sul-mato-grossense.
“A Ordem não foi feita para assistencialismo, e sim para ser porta-voz da sociedade perante inúmeros assuntos. E quando a Ordem se cala, nós naturalmente ficamos sem voz. Temos diante de nós, por exemplo, a necessidade de um amplo debate acerca da morosidade no Poder Judiciário, que se traduz não apenas em não conseguirmos atuar de forma digna no dia a dia, bem como nos faz algozes de um modelo quase privatizado de gestão. Precisamos reagir a isso e questionar. Assim é com todos os poderes constituídos”, ratificou Carlos Marques, ex-presidente da Seccional e uns dos nomes que compõem o Movimento.
“Porque não participar? Eu vivo da advocacia, e acho que a OAB tem que deixar de ser subserviente e ser vanguardista. Abdicar desta luta é abdicar da minha profissão, e é por isso que estou aqui. Acima de tudo, lutar por uma entidade de classe que seja independente” ratificou Vladimir Rossi.
O Movimento teve início com a redação e divulgação de uma Carta de Princípios, com assinatura de mais de 250 advogados de todo o Estado. Como destaques dos princípios contidos na Carta estão a luta por mais transparência da OAB, a valorização dos advogados, a defesa pela melhoria da remuneração dos profissionais, a contribuição para a inserção do novo advogado no mercado de trabalho e a democratização da OAB/MS.