O prefeito Marquinhos Trad vem sendo alvejado por alguns fuzileiros de ocasião, aqueles que passam ao largo do bom-senso, desafiam a realidade e tecem julgamentos de acordo com seus humores e escolhas. E dão tiros de cobrança por resultados para problemas que se acumularam e multiplicaram nos anos anteriores à atual administração.
A crítica consciente constrói, é benfazeja, esclarece, ilumina. Mas a crítica pela crítica, de encomenda, maledicente, só desqualifica quem é sua portadora.
Somente no sábado, é que o prefeito completou apenas 90 dias de gestão. Sobre seus ombros estão quatro anos de desmandos e incompetência, quatro anos em que os críticos dirigidos de hoje não surgiam em cena para cobrar dos gestores da época a solução de entraves elementares como fazer a restauração das vias públicas e tirar da cidade o vexame nacional de “capital do abismo”.
Mas não é só a buraqueira que infelicitou o município e acrescentou carradas de demandas represadas a quem sucedeu a dupla Alcides Bernal-Gilmar Olarte. Os serviços básicos, as escolas, os Ceinfs, a contabilidade e o crédito do Executivo foram criminosamente judiados. Do jeito que a Prefeitura foi entregue, impossível ajustar o orçamento às necessidades e impraticável agendar as soluções fundamentais em curto prazo.
Para quem se levanta às cinco da manhã e não tem hora de dormir; transita em todos os ambientes em busca da mais ampla articulação de parcerias; dá a cara à tapa, mas não fulaniza o compromisso de servir e de escalar as soluções em curto, médio e longo prazo, as críticas de má intenção chegam como vitamina para o atual prefeito.
É o caso de invocar uma das mais belas alocuções bíblicas, inscrita no livro de Eclesiastes: há tempo para todo propósito debaixo dos céus, há tempo de plantar e de colher. E é assim que se faz o tempo de Campo Grande. Primeiro, o plantio. Com ajuda das críticas para que a planta seja regada e se torne viçosa.
Geraldo Silva